Sindicato pede reunião ao MAI devido "ao desvio" de agentes da PSP para SEF
3 de jun. de 2022, 16:30
— Lusa/AO Online
“O movimento de efetivos
da PSP para o SEF pode colocar em causa a segurança dos aeroportos
nacionais, tendo em conta a já evidente falta de efetivos na PSP, uma
vez que os elementos policiais que sejam movimentados para o SEF
dificilmente serão substituídos por outros profissionais na missão de
policiamento e segurança que até agora desempenhavam nos aeroportos”,
refere o sindicato, em comunicado.O plano
de contingência para os postos de fronteira dos aeroportos portugueses
para o período de junho a setembro de 2022 abrange 168 agentes da PSP,
que vão passar a estar sob o comando operacional do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras no controlo de passageiros.O
Sinapol considera também que pode estar “em causa a perda de direitos
laborais por parte dos elementos da PSP que venham a trabalhar para o
SEF, nomeadamente o direito de fazerem serviços remunerados, bem como
eventuais horas extras de trabalho que possam fazer ao serviço do SEF e
que mais tarde muito provavelmente a PSP nunca os compensará”. O
sindicato alerta igualmente para o risco de os agentes da PSP poderem
vir a ser transferidos para outros aeroportos e que não são aqueles onde
atualmente exercem funções. O Sinapol
refere que não está contra a ida de agentes da PSP para o SEF, mas não
concorda com a forma como “todo este processo de movimentação está
decorrer” devido à pressão exercida sobre os polícias ao estarem
sujeitos ao preenchimento de um documento de aceitação “quase em tom de
ultimato”.O sindical considera ainda
“inaceitável” que os sindicatos representativos da PSP não tenham sido
convocados para reuniões no Ministério da Administração Interna ou na
direção nacional da PSP, além da “triste realidade dos agentes da PSP
estarem ser tratados como mão-de-obra barata ao continuarem a receber o
salário da PSP e não o salário de função equivalente no SEF”.Na
quinta-feira, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da
Polícia (ASPP/PSP) avançou à Lusa que estão a ponderar realizar vários
protestos, nomeadamente nos aeroportos de Lisboa e Porto, devido à falta
de informação sobre os impactos da reestruturação do SEF.No
âmbito da extinção do SEF, que entretanto foi adiada até à criação da
Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (APMA), as competências
policias do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vão passar para a PSP,
GNR e Polícia Judiciária.A PSP vai ficar com o controlo dos aeroportos, estando os agentes a receber formação para esse efeito.