Sindicato nos Açores alerta para falhas no acesso ao ensino à distância
Covid-19
28 de abr. de 2020, 12:47
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, António Lucas, dirigente do sindicato,
mencionou que “houve a opção do Governo [Regional dos Açores] e de
outras instituições de tentar facultar esses equipamentos, sobretudo a
partir do 2.º ciclo, portanto, o 1.º ciclo e a educação pré-escolar
ficaram de fora desta iniciativa”.O
sindicalista adiantou que, “em todas as ilhas, com exceção de São
Miguel, a esmagadora maioria dos alunos têm os equipamentos. Em São
Miguel, também pela sua dimensão, na sexta-feira, ainda não estava
cumprido esse desiderato”.No levantamento
feito pela tutela “não houve a preocupação de procurar saber se os
docentes tinham as condições para o teletrabalho”, acusa o sindicato, em
comunicado, mas o dirigente afirmou que, “tanto quanto foi possível
apurar, as escolas facultaram” equipamentos informáticos aos professores
que não os tinham.“O que acontece nas
casas dos professores é que há mais do que uma pessoa a utilizar o mesmo
equipamento”, um problema que também se estende a alunos, como em casos
de “famílias com crianças em idade escolar e em que, pelo menos, um pai
está em teletrabalho”.Outra das questões
levantada pela unidade sindical é a sobrecarga do horário de trabalho
dos docentes, “porque, embora formalmente se diga que o professor tem
menos carga horária, o trabalho letivo não é só esse”.“Todo
aquele trabalho de apoio aos alunos é um trabalho constante e é
multiplicado por vários alunos. Isto implica uma ocupação temporal muito
grande”, concretizou.Essa sobrecarga
afeta, particularmente, os diretores e titulares de turma, que “fazem a
ponte entre todos os outros professores da turma e os encarregados de
educação”.No regresso ao ensino
presencial, como se prepara para os 11.º e 12.º anos, vão haver
“professores que vão ter de dar aulas nas duas modalidades [presencial e
à distância]”.“As turmas vão ter de ser
divididas por causa do distanciamento social. Precisamos de saber de
quantos recursos humanos vamos precisar a mais”, prosseguiu.António
Lucas admite que, “para já, a maior preocupação” é “que as escolas
estejam devidamente desinfetadas e que os alunos e os professores tenham
todos os equipamentos de proteção”.O
sindicato denuncia, ainda, falhas no acesso às várias plataformas
disponíveis, bem como “diretrizes contraditórias, sobre esta matéria,
por parte da Direção Regional da Educação”.