Sindicato insiste na redução de horários de docentes do pré-escolar e 1.º ciclo nos Açores
3 de nov. de 2021, 16:57
— Lusa/AO Online
“O
que temos exigido aos sucessivos governos é que os professores da
educação pré-escolar e do 1.º ciclo tenham horários de trabalho iguais
aos do 2.º e 3.º ciclos e secundário, mas também as reduções da
componente letiva por idade e antiguidade nos mesmos termos”, avançou,
em declarações aos jornalistas, o presidente do SPRA, António Lucas.O
dirigente sindical falava, em Angra do Heroísmo, à saída de uma reunião
com a secretária regional da Educação, “a primeira de um conjunto
bastante grande de reuniões”, que têm em vista a revisão de três
diplomas “estruturantes” do sistema educativo regional.Em
causa estão o estatuto da carreira docente, o diploma da autonomia e
gestão dos estabelecimentos de ensino públicos da região e o diploma dos
currículos regionais.António Lucas disse
que nesta primeira reunião ainda não foram debatidas “questões
concretas”, apenas “princípios”, mas mostrou-se confiante em que, após
uma década de reivindicação, será possível reduzir os horários dos
docentes do pré-escolar e 1.º ciclo.“Tudo se encaminha para isso. Há vontade política para negociar”, afirmou.O
sindicalista lembrou que esta medida constava do programa eleitoral do
PSD, partido que formou governo, em coligação com CDS-PP e PPM, em
novembro de 2020, e integrou também o programa de governo.“Estamos cá, entre outras coisas, para cobrar também as promessas pré-eleitorais e as promessas pós-eleitorais”, sublinhou.Segundo
António Lucas, os professores do pré-escolar e do 1.º ciclo têm o mesmo
regime de aposentação dos restantes, mas “horários de trabalho
diferenciados” e “acesso às reduções por efeito do desgaste profissional
diferentes”.Outra das reivindicações do
SPRA é a revalorização dos cargos de gestão nas escolas, tanto para
membros de conselho executivo, assembleia de escola e conselho
pedagógico, como para coordenadores de departamento e diretores de
turma.“Queremos que também estes cargos
sejam revalorizados, até porque a última atualização que tiveram foi
aquela que decorreu dos aumentos gerais da função pública em 2009. O que
temos são estes cargos absolutamente desvalorizados e cada vez temos
mais dificuldade em que os professores queiram aceder a estes cargos,
porque o trabalho é muito”, salientou.Na
sessão plenária de outubro da Assembleia Legislativa dos Açores, a
secretária da Educação, Sofia Ribeiro, apelou a um pacto de regime no
setor.“Mais do que a revisão dos três
diplomas basilares [da educação], impõe-se a articulação dos mesmos. É
preciso um amplo debate para encontrar planos de convergência em matéria
de educação. Convidamos todos a integrar uma plataforma para um pacto
de regime na educação, de modo a garantir a estabilidade de que
necessitamos”, avançou, no parlamento açoriano.O
dirigente do SPRA defendeu também que as alterações feitas nestes
diplomas devem ter “um período de vigência mais prolongado no tempo”.“A
educação precisa essencialmente de duas coisas: precisa de consenso
entre os vários intervenientes – os políticos, os professores, os
encarregados de educação e os alunos – e precisa de estabilidade ao
nível legislativo”, apontou.As negociações
com vista à revisão dos três diplomas prosseguem hoje à tarde com uma
reunião da secretária regional da Educação com o Sindicato Democrático
dos Professores dos Açores (SDPA).