Sindicato insiste em alteração da Segurança Social da pesca nos Açores para "corrigir injustiças"
7 de fev. de 2025, 17:30
— Lusa/AO Online
“Essa questão vem sendo discutida há
mais de um ano e já devia estar implementada. Por isso, voltamos a
insistir e apresentámos uma proposta de alteração do Regime Especial na
Segurança Social da pequena pesca nos Açores para corrigir injustiças”,
afirmou Liberato Fernandes, do Sindicato Livre dos Pescadores, Marítimos
e Profissionais Afins dos Açores.Em cima
da mesa está uma proposta, iniciativa do sindicato, de alteração do
regime contributivo da segurança social da pequena pesca para “evitar a
situação catastrófica" dos profissionais do setor.Em
declarações à agência Lusa, o sindicalista explicou que as medidas que
constam da iniciativa, hoje apresentada à comunidade piscatória de Rabo
de Peixe, em São Miguel, pretendem aumentar as pensões por doença,
invalidez ou reforma dos pescadores em cerca de 50%.A proposta visa também assegurar o acesso ao Complemento Regional.“A
maioria das reformas são inferiores a 500 euros e outras são pouco mais
do que 500 euros”, apontou Liberato Fernandes, acrescentando que a
proposta é dirigida sobretudo aos partidos representados na Assembleia
Legislativa Regional, pois “são eles que têm capacidade de apresentar a
proposta” no parlamento açoriano.Liberato Fernandes sustentou que grande parte da opinião pública “não tem consciência" da situação que existe na pesca. “Queremos que os partidos agarrem nesta proposta e que ela seja apresentada na Assembleia Legislativa”, sublinhou.Realçando
que a proposta de alteração à lei está “devidamente documentada”, o
sindicalista acrescentou que as propostas apresentadas têm “um
fundamento jurídico” e disse que se trata de repor "justiça".“Não
tem sentido um setor que trabalha ter rendimentos médios mensais
inferiores a 500 euros e depois terem uma reforma que, em geral, pouco
ultrapassa os 500 euros", disse ainda.Liberato Fernandes lamentou também que um pequeno armador não pode aceder ao Complemento Regional.“Um
pescador que é dono de um barco, quando reformado não tem direito ao
Complemento Regional, o que é inadmissível”, criticou, alertando que em
15 anos o rendimento bruto dos pescadores "caiu extraordinariamente".Essa
reforma do sistema contributivo propõe ainda a integração do seguro de
acidentes de trabalho no regime da segurança social da pequena pesca, já
que é atualmente um sistema separado.A
proposta visa também adotar mecanismos, mas que já não têm a ver com o
regime da segurança social, para que os rendimentos médios da pesca
nunca sejam inferiores ao salário mínimo."A
proposta que fazemos é que os valores base das espécies com maior
captura nos Açores, que constituem a principal base de rendimento para
os pescadores, tenham como referência 2010, um ano razoável ao nível dos
rendimentos na pesca, mas vieram sucessivamente a cair nos anos
posteriores", detalhou.Ainda segundo Liberato Fernandes, a proposta em causa constitui "uma aspiração antiga dos pescadores".