Sindicato e Governo dos Açores divergem na adesão à greve da Rede de Apoio ao Cidadão
20 de dez. de 2018, 16:44
— Lusa/AO Online
“A
adesão situa-se entre os 60 a 65%. Das 54 lojas da RIAC, 32 estão
fechadas”, disse Orlando Esteves, do SINTAP/Açores, em declarações à
agência Lusa.Os trabalhadores da RIAC iniciaram hoje uma nova greve de dois dias, alegando “falta de diálogo" com o Governo Regional.De
acordo com o executivo açoriano, a adesão à greve registada na Rede
Integrada de Apoio ao Cidadão é de 17%, segundo o levantamento feito
esta manhã.O
sindicalista Orlando Esteves afirmou que a paralisação "está a ter uma
forte adesão", admitindo que na sexta-feira, segundo de dois dias de
greve, os números até possam "ser superiores"."Estão
encerradas 32 lojas e as outras não fecharam, porque o serviço está a
ser assegurado por pessoal de programas ocupacionais", apontou,
afirmando que "mais do que nunca se justificam os motivos da greve".O
SINTAP sustenta que “os pressupostos que conduziram à paralisação no
início de maio permanecem inalterados”, sendo por isso marcada esta nova
greve dos trabalhadores da RIAC para “pressionar o Governo Regional a
retomar o diálogo negocial que introduza justiça na situação laboral”
dos funcionários.O
sindicato diz ainda que estes trabalhadores da RIAC, que estão sob a
tutela da vice-presidência do Governo dos Açores, “têm tarefas e
competências cada vez mais abrangentes, complexas, exigentes e de grande
responsabilidade, que vão muito além do conteúdo funcional previsto
para a carreira do regime geral de assistente técnico”. De
acordo com a estrutura, os funcionários da RIAC “têm desempenhado as
suas tarefas com grande empenho e espírito de serviço público e
investindo nas suas competências funcionais, formativas e profissionais”
com o objetivo de “responder de modo cabal ao alargamento das
atribuições e competências da própria RIAC”, perante “uma
incompreensível atitude autista e de ausência de diálogo do Governo
Regional dos Açores”.O
sindicato adianta ainda que por causa do "autismo" político solicitou
ao presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, "uma audiência, cujo
agendamento aguarda".O
presidente da direção da RIAC, Paulo Soares, rejeitou haver qualquer
alegado "autismo" por parte da vice-presidência, lembrando que “já foi
realizada uma reunião com o SINTAP onde esteve presente o
vice-presidente do executivo açoriano”, Sérgio Ávila, e onde “foram
debatidas todas as questões que estão em cima da mesa”.“Foi
clarificado na altura que a revindicação de criação de uma carreira
especial para os trabalhadores da RIAC não era possível de atender por
parte do Governo [Regional], uma vez que não estão reunidos os
requisitos legais para o efeito”, explicou Paulo Soares, em declarações à
agência Lusa.O
responsável frisou também que tendo em conta que “ficaram totalmente
clarificadas as questões” e, “não havendo dai para cá qualquer alteração
aos pressupostos, não se encontra justificação de momento para nova
reunião”.Contudo,
o executivo açoriano, diz o presidente da RIAC, garante que “está, como
sempre esteve, disponível para dialogar caso hajam novas
reivindicações”.A rede RIAC tem cerca de 130 trabalhadores espalhados pelas nove ilhas do arquipélago.