Sindicato dos Registos diz que faltam 1 900 funcionários e setor está caótico
29 de mai. de 2024, 14:32
— Lusa/AO Online
Em
conferência de imprensa em Lisboa, Arménio Maximino, presidente do STRN,
precisou que estão em falta 1 933 profissionais, dos quais 242
conservadores de Registos e 1 691 oficiais de Registos, que correspondem
a 34,05% do efetivo necessário, causando "óbvios prejuízos para os
cidadãos e as empresas, que esperam e desesperam para serem atendidos"."Este
défice, que urge preencher, agrava-se todos os meses pela aposentação
em média de 20 a 25 profissionais", estimando-se que nos próximos cinco
anos este número aumentará exponencialmente."Esta
dramática falta de conservadores de Registos e de oficiais de Registos
tem sobrecarregado em demasia e levado ao limite da exaustão aqueles que
vão ficando", considerou Arménio Maximino, que na próxima semana será
recebido no Ministério da Justiça para expor estes e outros problemas
que afligem o setor, a par das questões de carreira e assimetrias
salariais.Segundo o mesmo responsável, a
escassez de funcionários compromete a "eficiência e a qualidade dos
serviços prestados, afetando diretamente os cidadãos e as empresas que
deles dependem", o que, por sua vez, tem impacto negativo na economia.Computadores
obsoletos e instalações "gravemente degradadas", com "violações
grosseiras" da legislação relativa à segurança, higiene e saúde dos
trabalhadores foram outras questões levantadas pelo presidente do STRN,
que apontou situações de insalubridade e perigo para quem trabalha em
instalações como a dos Registos Centrais de Lisboa e na Conservatória da
Ribeira Grande, nos Açores.Apesar de os
Registos produzirem receitas calculadas em 400 milhões de euros para o
Ministério da Justiça, Arménio Maximino chamou a atenção para o facto de
o Instituto dos Registos e Notariado (IRN), tutelado por aquele
ministério, não ter evidenciado qualquer capacidade de resposta para
corrigir as deficientes e desadequadas condições de trabalho, higiene e
segurança dos trabalhadores dos Registos.Por
isso, o STRN deu entrada na terça-feira com duas ações nos tribunais
administrativos para obrigar o IRN a corrigir tais deficiências.Arménio
Maximino realçou a importância do setor dos Registos no controlo da
legalidade, ao contribuir para a certeza e segurança jurídicas dos atos
praticados, bem como no "papel insubstituível na justiça preventiva" a
propósito do Registo Predial, conforme já reconheceu o Tribunal
Constitucional em acórdão de 2009."Não
obstante, o setor dos Registos atravessa atualmente uma situação caótica
com graves problemas estruturais que não se encontram resolvidos",
vincou o dirigente do STRN.Arménio
Maximino criticou ainda o facto de o anterior Governo não ter dado
cumprimento a uma recomendação da Provedoria de Justiça sobre a questão
das assimetrias salariais entre trabalhadores que desempenham as mesmas
funções e têm as mesmas atribuições.