Sindicato dos Quadros Bancários exorta a resolução de problemas dos lesados do Banif
26 de out. de 2018, 20:00
— Lusa/AO Online
"A
coisa mais importante para restabelecer a confiança é resolver o tema
dos lesados do Banif. Há uma desproporção gigantesca entre a capacidade
da República portuguesa ter resolvido o tema dos lesados do BES e a
incapacidade dessa mesma República de ser solidária e resolver o
problema dos lesados do Banif", vincou Paulo Marcos.O
sindicalista falava em Ponta Delgada, nos Açores, num encontro com
jornalistas a propósito da vinda de uma delegação do SNQTB à região
autónoma.O
Banif foi adquirido pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, em
2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco
de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante,
para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não
adquiriu.Neste
processo, estão cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados e
acionistas que perderam 263 milhões de euros, havendo ainda a considerar
4.000 obrigacionistas Rentipar ('holding' através da qual as filhas do
fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que
investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas,
maioritariamente da Madeira e Açores.Nos
Açores, Paulo Marcos diz ter apelado ao presidente do Governo Regional,
Vasco Cordeiro, para que a União dos Sindicatos Independentes esteja
representada no futuro Conselho Económico e Social da Região Autónoma
dos Açores, formalizado na sequência de uma proposta do Governo
Regional. O
presidente do SNQTB admitiu que hoje "os Açores têm menos emprego
bancário que há oito ou nove anos, mas a perda líquida", vincou, "é
muito menor que noutras regiões portuguesas". "É
preciso dar o mérito a quem tem o mérito. Acho que os dirigentes
políticos e económicos açorianos conseguiram mitigar em grande parte,
até hoje, este fenómeno de alteração dos centros de capital e decisão
para outras geografias, e também a disrupção tecnológica", assinalou
ainda.