Sindicato dos Jogadores saúda regresso de “talento” luso no ‘mercado’
4 de set. de 2024, 10:45
— Lusa/AO Online
Joaquim
Evangelista enumerou os casos de Nani e Ferro, reforços do Estrela da
Amadora, de Renato Sanches, médio emprestado pelo Paris Saint-Germain ao
Benfica, e do também médio Fábio Vieira, cedido pelo Arsenal ao FC
Porto, para ilustrar o regresso de jogadores lusos numa ‘janela’ que
encerrou na segunda-feira.“Há uma coisa
que saúdo, que é o regresso dos jogadores portugueses em final de
carreira e de outros mais jovens que vão relançar a carreira em
Portugal, como o Renato Sanches, o Ferro, o Nani e o Fábio Vieira. É
positivo que possam ‘emprestar’ o seu talento à nossa competição”,
referiu, em declarações à Lusa. À frente
de um organismo cuja principal função no ‘mercado’ é a de acompanhar
jogadores desempregados ou “colocados à parte” nos respetivos clubes, o
dirigente sindical alertou para “a tendência de mercados emergentes”,
como o da Arábia Saudita, ofuscar “problemas de gestão” dos clubes
lusos, forçados a “garantir o equilíbrio necessário” entre “a
necessidade de financiamento e a qualidade dos plantéis”“O
mercado de transferências, do ponto de vista do impacto económico na I
Liga portuguesa e no futebol em geral, é cada vez maior. Do ponto de
vista do financiamento, há uma dependência forte da I Liga relativamente
às transferências. É uma inevitabilidade”, sublinhou.Evangelista
lembrou ainda que os clubes atravessaram um ‘mercado’ no qual tiveram
de “agilizar os seus departamentos” perante as alterações à designada
Lei dos Estrangeiros, em vigor desde 04 de junho, e alertou para a falta
de diálogo com os futebolistas nesse processo.“Os
praticantes não serem ouvidos numa lei que lhes é dirigida não faz
muito sentido. Esta solução da ‘via verde’ pode traduzir boa vontade,
mas não sei se vai resolver [os problemas]. Ainda vamos ver as
consequências deste processo. Não foi bem conduzida a forma como a lei
foi apresentada”, salienta. O Governo
revogou procedimentos para autorização de residência assentes em
manifestações de interesse, o que permitia a um imigrante iniciar um
processo de regularização com visto de turista e aceder a um título de
residente mediante contrato de trabalho e 12 meses de descontos para a
Segurança Social.A 23 de julho, o
Ministério da Presidência anunciou a celebração de acordos entre a
Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e várias federações
desportivas, bem como com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional
(LPFP) para acelerar as autorizações de residência para os atletas
extracomunitários, proporcionando as tais ‘vias verdes’.O
Governo referiu então que “a situação específica dos atletas
profissionais, a relevância económica e social e o interesse público do
desporto profissional justificam procedimentos que permitam um
processamento célere da sua situação documental em território nacional”.Joaquim
Evangelista frisou que essas ‘vias verdes’ para acelerar as
autorizações de residência “minimizam o problema” desencadeado pelas
alterações na lei, embora considere que não o resolvam quando as
contrações de jogadores, no caso de futebol, acontecem na ‘reta final’
do mercado de transferências.