Sindicato dos guardas prisionais vai processar líder da associação de apoio aos reclusos
12 de jun. de 2024, 17:11
— Lusa/AO Online
“O
SNCGP refuta e repudia as declarações desta quarta-feira à comunicação
social do secretário-geral da Associação Portuguesa de Apoio aos
Reclusos em que o mesmo difama gravemente os quase quatro mil guardas
prisionais em exercício de funções, estando já a preparar uma
queixa-crime contra Vítor Ilharco”, pode ler-se no comunicado enviado às redações.Em causa estão as
palavras de Vítor Ilharco à Renascença, na sequência da informação de
que a Provedoria de Justiça participou ao Ministério Público (MP) oito
casos de agressões a reclusos no ano passado, divulgada pelo Diário
de Notícias. “O que me revolta é alguns
sindicatos que, não só não criticam os seus associados, como até põem os
seus advogados à disposição para defender agressores. (…) Deviam ser os
primeiros a tentar sanear uma corporação, como é a guarda prisional,
dos profissionais que não cumprem as regras”, referiu o dirigente da
APAR.Na nota, assinada pelo presidente,
Frederico Morais, o SNCGP vincou ainda que os guardas prisionais se
sentem “difamados, lesados e ofendidos no seu bom nome” pelas
informações do Mecanismo Nacional de Prevenção (integrado na Provedoria
de Justiça) sobre agressões a reclusos sem “nunca ter dado o
contraditório ou ouvido os representantes dos guardas prisionais”,
sublinhando que isso “indicia uma inaceitável tentativa de diabolizar a
classe”.De acordo com o sindicato, uma
parte significativa das agressões denunciadas pelos reclusos constituem
“atos de vingança pessoal”, apontando para “denúncias caluniosas”,
“falsas denúncias” e para o número mais elevado de agressões a guardas
prisionais.“No ano de 2023, a que se
reporta este mesmo relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção da
tortura como tendo havido oito hipotéticas agressões a reclusos, houve
26 agressões de reclusos a guardas prisionais. Só este ano, ainda 2024
vai a meio, e já estão contabilizadas 15 agressões a guardas
prisionais”, lê-se na mesma nota.Para o
SNCGP, as informações divulgadas evidenciam “um desconhecimento
confrangedor” sobre a supervisão da atividade dos guardas prisionais,
pelo que “refuta e repudia quaisquer relatórios que sejam elaborados sem
que todas as partes envolvidas sejam ouvidas”.