Sindicato dos Enfermeiros Portugueses mantém greve após reunião com ministra da Saúde
26 de abr. de 2024, 23:05
— Lusa /AO Online
“O Ministério da Saúde não assumiu hoje o compromisso de, até ao dia 10 de maio, dia de greve nacional dos enfermeiros, fixar o conjunto das matérias a negociar, dos tópicos a negociar e da agenda negocial”, disse o presidente do SEP, José Carlos Martins, à saída do Ministério da Saúde, em Lisboa.O SEP agendou uma greve nacional para o dia 10 de maio, com uma concentração às 11:00 no Campo Pequeno, em Lisboa.“Os problemas são tão conhecidos e tão graves, há tantas injustiças e tanta discriminação, que os enfermeiros querem respostas muito mais cedo”, salientou.De acordo com José Carlos Martins, o Ministério da Saúde e o Governo “não se comprometeram a negociar”, entre outras coisas, a contagem dos pontos e a alteração à carreira de enfermagem.“Não assumiu negociar isto, a fixação destes tópicos, num protocolo negocial, até ao dia 10 de maio, que nos empurra para concretização desta greve”, frisou.José Carlos Martins lembrou, no entanto, que o Ministério da Saúde tem “vontade de continuar a negociar para fixar em protocolo negocial as matérias que existem”, mas “não é compatível com a urgência que os enfermeiros têm”.“Não ficou em cima da mesa nenhuma perspetiva de nova reunião até ao dia 10 de maio, e, por isso, vamos em frente com aquilo que é a exigência, dando expressão à insatisfação dos enfermeiros, para que rapidamente se negocie a solução para os seus problemas”, sustentou.Por sua vez, a vice-presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) Álvara Silva, considerou a greve “um elemento de luta demasiado importante, gravoso e penalizador” para ser convocada nesta fase.“Eu não represento sozinha a ASPE. No entanto, nós não temos pretensão nenhuma de apresentar uma greve, uma vez que estamos sentados à mesa de negociações com uma abertura e uma postura negocial tão proativa e, portanto, não me parece que seja adequado nesta fase convocar greve”, afirmou aos jornalistas Álvara Silva.Sobre reunião com Ana Paula Martins, a sindicalista assinalou a abertura da tutela para ouvir as reivindicações dos enfermeiros.“Parece-nos uma primeira reunião muito positiva por esta abertura, pela não limitação na apresentação destas prioridades e reivindicações e, portanto, aguardamos agora o ‘feedback’ para, em conjunto, (…) podermos estabelecer as prioridades e resolver as questões”, sublinhou.A ministra da Saúde reúne hoje pela primeira vez com os sindicatos representativos dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos, dando início às negociações salariais reivindicadas pelas estruturas sindicais.