Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considera "lógica" demissão da ministra da Saúde
30 de ago. de 2022, 11:16
— Lusa/AO Online
"Não estávamos à espera. Digamos que por um
lado ficamos surpreendidos mas, por outro lado, e face aquilo que têm
vindo a ser os constrangimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a
ausência de soluções estruturais para os problemas parece lógico a
ministra evocar as razões que evocou para pedir a demissão", disse
Guadalupe Simões.A ministra da Saúde,
Marta Temido, que assumiu funções em 2018, apresentou hoje a demissão
por entender que “deixou de ter condições” para exercer o cargo."Para
nós, na realidade, não nos interessa quem é o ministro da Saúde, o que
nos interessa são as políticas de saúde e sobre as políticas de saúde
sabemos o que defendemos e defendemos o SNS que tem problemas
estruturais e que precisam de solução", disse ainda a presidente do
Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.Guadalupe
Simões recordou que com Marta Temido foi "renegociada" uma nova Lei de
Bases da Saúde que coloca o SNS como o "pilar" da oferta de cuidados de
saúde sendo que, frisou, é preciso aprofundar e melhorar as ofertas.Por
isso, considera a responsável pelo sindicato que "seja quem for o
ministro da Saúde, o que é preciso é que o Governo, que tem a maioria
absoluta" desenvolva aquilo que está expresso na Lei de Bases da Saúde.Desta
forma, insiste que é necessário "um SNS forte", capaz de dar resposta,
que seja inovador, onde os profissionais de saúde possam desenvolver
investigação e que tenha capacidade para manter os profissionais.Em concreto em relação aos enfermeiros, Guadalupe Simões diz que espera que o Governo cumpra os prazos das negociações em curso."Nós
temos um processo negocial que está a decorrer e espera-se que quem for
o próximo ministro da Saúde seja concluído dentro do prazo que estava
previsto, que era setembro, e que rapidamente se avance para a alteração
da carreia de enfermagem, tal como está previsto no próprio programa do
Governo: a valorização das carreiras profissionais na área da Saúde",
disse à Lusa Guadalupe Simões.