Sindicato diz que um terço dos enfermeiros nos Açores não tem a carreira regularizada
26 de ago. de 2022, 08:17
— Lusa/AO Online
“O processo do acordo do ano passado, que
resultou dos descongelamentos, de colocar os atuais enfermeiros na
posição remuneratória correta, está atrasado relativamente ao acordo que
foi feito”, avançou, em declarações aos jornalistas, em Angra do
Heroísmo, o coordenador do SEP nos Açores, Francisco Branco.No
dia em que o secretário regional da Saúde dos Açores, Clélio Meneses,
recebeu a Ordem dos Enfermeiros e sindicatos para negociar a criação de
incentivos à fixação de enfermeiros em ilhas mais carenciadas, o
dirigente do SEP apelou a que o titular da pasta não se esqueça do
compromisso assumido, há um ano, com vista à regularização das
carreiras.“Não podemos estar preocupados
com a situação futura e não resolver o problema dos que, neste momento,
estão no Serviço Regional de Saúde”, apontou.Segundo
Francisco Branco, as valorizações remuneratórias decorrentes do
descongelamento de carreiras já começaram a ser pagas, mas
“sensivelmente um terço dos enfermeiros” continua a aguardar.“Foi-nos
dito que há questões burocráticas, porque houve mudança de secretário
das Finanças e isso implica correção de despachos. Nós entendemos, mas
deixámos uma preocupação. É urgente cuidar dos que cá estão e incentivar
os que atualmente trabalham no Serviço Regional de Saúde, colocando as
pessoas na posição remuneratória a que têm efetivamente direito desde
2020”, frisou.O sindicalista disse, ainda
assim, sair da reunião “com alguma tranquilidade” porque “não foram
colocadas questões financeiras, apenas questões processuais e
burocráticas”.“Isso tranquiliza, mas é
preciso efetivamente que as coisas avancem. Não podemos continuar a
arrastar o processo dos descongelamentos e do posicionamento
remuneratório das pessoas”, reiterou.O
titular da pasta da Saúde nos Açores admitiu que ainda nem todos os
enfermeiros da região têm a situação remuneratória regularizada.“Há
muitos processos que individualmente têm de ser corrigidos e,
infelizmente, aquilo que foi acordado há um ano ainda não está
completamente concretizado na prática, apesar de estar assumido e apenas
dependente destas questões de pormenor”, afirmou.Segundo
Clélio Meneses, o atraso decorre de “questões processuais e
administrativas” porque envolve várias entidades, desde a unidade de
saúde da qual o enfermeiro faz parte a vários departamentos do governo,
como Finanças, Administração Pública e Saúde.“Estamos
a falar de mais de 1.000 enfermeiros, mais de 1.000 processos. E tudo
isto tem um peso administrativo, burocrático, e também financeiro, mas
sobretudo administrativo e burocrático, que faz atrasar um pouco aquilo
que era a nossa vontade”, justificou.Os Açores têm atualmente no Serviço Regional de Saúde 1.872 enfermeiros.