Sindicato diz que decreto-lei "agrava injustiças" na carreira de enfermagem
18 de jan. de 2023, 11:34
— Lusa/AO Online
Numa
conferência de imprensa na delegação do SEP no Porto, a sindicalista
Fátima Monteiro afirmou que com a entrada em vigor do decreto-lei
80-B/2022, “um enfermeiro especialista com 20 anos de profissão aufere
menos que um colega que tenha especialidade há 10 ou cinco anos”.“Os
colegas estão contra a falta de contagem dos seus pontos para efeitos
de progressão e que levam a inversão de posições remuneratórias”,
referiu Fátima Monteiro.Para o sindicato, o
decreto-lei "fica aquém das necessidades porque inadmissivelmente o
Governo se recusa a pagar retroativos a 2018, ignora a experiência
profissional de muitos colegas com contratos de trabalho e não resolve
todas as situações de injustiça relativa”.Também
presente na conferência de imprensa, o enfermeiro especialista Sérgio
Ricardo, esclareceu que por via deste decreto-lei a “contabilização dos
pontos é feita desde a última progressão [na carreira]”, não
contabilizando os pontos referentes a 2004, data em que os especialistas
foram submetidos a concurso. “Os
enfermeiros que entraram em 2004 ou antes veem os seus pontos contados
até à presente data, enquanto os enfermeiros especialistas só veem esses
pontos contados a partir de 2007”, disse, acrescentando que se não
tivesse competências de especialização estaria “numa posição
remuneratória superior” aquela em que se encontra neste momento.“Estamos a falar de um grupo de 2.000 enfermeiros que têm uma inversão remuneratória em relação a outros colegas”, afirmou. Para
“dar visibilidade ao descontentamento” dos enfermeiros especialistas o
SEP convocou uma greve para 07 de fevereiro, a realizar-se nas
imediações do Hospital de São João, no Porto, onde a direção executiva
do Sistema Nacional de Saúde (SNS) tem “as instalações provisórias”. “Não
é por acaso que se escolheu o [hospital de] São João. A direção
executiva do SNS tem lá as instalações provisórias e iremos denunciar a
situação e exigir solução por parte do ministério”, afirmou Fátima
Monteiro.