Sindicato de enfermeiros lamenta falta de avanços sobre valorização da carreira
16 de out. de 2025, 17:30
— Lusa/AO Online
O
SEP reuniu-se com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para
discutir os serviços de urgência regionais, nomeadamente de Obstetrícia e
Ginecologia, deixando de lado a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho
(ACT) apresentada no final de julho.“Até
estávamos à espera de que hoje, sendo uma reunião sobre recursos
humanos, a ministra da Saúde dissesse finalmente que iriam ser abertos
concursos de admissão nas instituições de saúde do SNS e os concursos de
acesso às diferentes categorias da carreira numa perspetiva de
valorização dos profissionais e de permitir o seu desenvolvimento
profissional. Isso não esteve em cima da mesa”, disse à Lusa a dirigente
nacional do SEP Guadalupe Simões.De acordo com o sindicato, a tutela ainda não anunciou concursos de admissão e acesso às categorias da carreira.“O
Ministério da Saúde continua a não dar resposta às necessidades de
admissão de enfermeiros e abertura de concursos que permitam que aqueles
que já hoje são enfermeiros (…) possam aceder à respetiva categoria,
tendo em conta que este ano não houve uma única instituição a abrir
concurso para esse efeito”, lamentou. O
SEP convocou para sexta-feira uma greve nacional com concentração
marcada para as 11:00 em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, em
protesto contra a proposta de ACT apresentada pelo Governo. Em
relação às urgências regionais, Guadalupe Simões disse que a ausência
de medidas concretas para aumentar os recursos humanos levanta dúvidas,
temendo que a reorganização leve ao encerramento definitivo de serviços
de urgência em vários hospitais.“Portanto,
qualquer solução que possa ser encontrada para ultrapassar problemas
que neste momento existem, devem ser situações temporárias. Por isso é
que avaliamos esta possibilidade apresentada por parte do Ministério da
Saúde como o princípio do encerramento de serviços de urgência em alguns
hospitais, retirando a possibilidade de as pessoas acederem a esses
serviços nas suas áreas de residência, de forma permanente”, considerou.Segundo
a dirigente do SEP, o plano será formalizado por escrito nos próximos
dias. A proposta inclui um período experimental de dois anos.“Fizemos
um conjunto de apreciações, (…) não há períodos experimentais de dois
anos. Quando muito poderia ser durante um período temporal mais curto,
até haver o reforço dos serviços de urgência de saúde materna e
obstétrica nas diferentes instituições do país onde neste momento existe
carência”, acrescentou.