Sindicato de Enfermeiros anuncia adesão à greve geral
Hoje 17:03
— Lusa/AO Online
“No
dia 11 de dezembro, os enfermeiros do setor público estarão em luta,
também, contra a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho proposto pelo
Ministério da Saúde que pretende poupar dinheiro à custa dos
enfermeiros”, afirma o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) em
comunicado.Segundo o sindicato, a proposta
"impõe o banco de horas e a adaptabilidade e deixa de considerar como
tempo efetivo de trabalho o tempo previsto para a transmissão de
informação dos doentes internados”.Além
disso, salienta o SEP, “impede a progressão, retira o acréscimo de valor
pago pelo trabalho noturno, nos fins de semana e feriados (as chamadas
‘horas penosas) e agrava a já difícil conciliação entre a vida pessoal e
profissional”.Para o SEP, “a gravidade”
das propostas de alteração à legislação laboral, o Pacote Laboral,
também impõe que “os enfermeiros dos setores público, privado e social
se juntem a todos os trabalhadores, na sua rejeição”.“A
proposta do Governo de proceder a uma alteração profunda da legislação
laboral, não sufragada, só pode ser considerada como um revanchismo
contra uma melhoria, ainda que muito insuficiente, da legislação que
resultou da Agenda do Trabalho Digno”, salienta. Entre
as medidas mais gravosas previstas no pacote laboral, o SEP destaca a
facilitação dos despedimentos, eliminando a reintegração em caso de
despedimento ilícito, e a precarização das relações de trabalho, pela
flexibilização das regras de contratação a termo podendo, no limite,
nunca ser garantido ao trabalhador um contrato definitivo.Realça
ainda “a desregulação dos horários de trabalho e a generalização do
banco de horas individual, “o ataque ao direito de greve, o
enfraquecimento da ação sindical, bem como a diminuição de direitos de
maternidade e parentalidade e a redução das garantias na contratação
coletiva".A greve geral foi anunciada no
dia 08 pelo secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, no final da marcha
nacional contra o pacote laboral, que levou milhares de trabalhadores a
descer a Avenida da Liberdade, em Lisboa, em protesto contra as
alterações propostas pelo Governo de Luís Montenegro.Na
quinta-feira, a UGT aprovou por unanimidade a decisão de avançar em
convergência com a CGTP, incluindo, assim, o voto favorável dos
Trabalhadores Social-Democratas (TSD).Esta
será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais desde
junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da
'troika'.