Sindicato da PSP realiza campanha "Dignidade Não é Caridade" com protesto na terça-feira
7 de out. de 2022, 17:55
— Lusa/AO Online
A
primeira ação desta campanha vai acontecer na terça-feira, um dia
depois de o Governo apresentar na Assembleia da República a proposta do
Orçamento do Estado (OE) para 2023, tendo os polícias agendado para as
16h00 uma concentração em frente ao parlamento.Neste
protesto, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP)
vai manifestar “oposição à mistura entre caridade e dignidade
profissional que o Governo pretende imprimir” e demonstrar, “mais uma
vez” que é necessário investir em segurança e dignificar os
profissionais da Polícia de Segurança Pública.O
presidente da ASPP, Paulo Santos, disse à Lusa que o Governo está a
preparar um pacote de medidas sociais para os polícias, como alojamentos
ou creches para os filhos dos polícias, mas “as questões de
dignificação salarial, melhorias das condições de trabalho e o respeito
pela condição policial não se respondem com caridade ou assistencialismo
social”.Esta ação na terça-feira acontece
numa altura em que a ASPP está a fazer uma auscultação, até ao final de
outubro, aos polícias sobre os protestos que querem realizar.A
ASPP admite realizar uma manifestação nacional em novembro de 2022,
caso o Governo não pretenda efetivamente resolver os problemas, sendo o
mais urgente os aumentos salariais.Depois
do ministro da Administração Interna ter anunciado na sexta-feira que a
proposta do OE para 2023 prevê aumentos na ordem dos 100 euros para os
novos agentes da PSP e militares da GNR, Paulo Santos considerou que os
aumentos salariais devem abranger todo o efetivo e não apenas os novos
elementos e que esta medida não vai desmobilizar os policias dos
protestos.“Os polícias querem políticas
diferentes, políticas concretas e efetivas que resolvam os problemas que
são estruturais. A ASPP entende como importante a componente de
assistência social, mas não pode permitir que essa perspetiva anule a
necessidade de dignificar a carreira. Tal passa por valorizar salários,
respeitar a exigência, complexidade e risco da missão, rejuvenescimento
do efetivo que permita libertar os que já fizeram a sua parte, motivar
os que todos os dias respondem ao exigido, e a atração dos jovens para
esta missão”, sustenta o maior sindicato da PSP. A
campanha "Dignidade Não é Caridade" surge após a ASPP ter realizado no
verão a campanha "Polícia Low Cost", em que sensibilizou as populações
para os problemas dos polícias, nomeadamente “pouca atratividade da
profissão, baixos salários, suplemento de risco insultuoso,
pré-aposentação desrespeitada, envelhecimento do efetivo”.