Sindicato da PSP anuncia dois protestos em dezembro e admite novas ações em janeiro
Hoje 17:52
— Lusa/AO Online
Depois de ter abandonado as
negociações com o Governo na passada sexta-feira, a Associação Sindical
dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) reuniu a direção para
decidir medidas de protesto a realizar este mês de dezembro,
designadamente uma concentração junto à residência do primeiro-ministro
no dia 11 e plenários nos aeroportos nacionais no dia 18 entre as 07h00 e
as 11h00.“No início de janeiro de 2026
faremos um balanço e caso o Governo nada altere, avançaremos para mais
protestos” e de maior dimensão, disse aos jornalistas o presidente da
ASPP, Paulo Santos.No âmbito das
negociações em curso, o Ministério da Administração Interna agendou uma
nova reunião com os sindicatos da polícia para dia 12 de dezembro, mas a
ASPP só estará presente, segundo Paulo Santos, caso receba uma proposta
que corresponda aos compromissos assumidos no acordo assinado em julho
de 2024.“Tem que ser uma proposta cabal e
concreta relativamente a vencimentos, suplementos, que não são revistos
desde 2009, e portaria de avaliação, disse, culpando o Governo de
“faltar à palavra no que diz respeito ao acordo”.Segundo
Paulo Santos, a luta que vai ser travada pela ASPP “está relacionada
com o incumprimento por parte do primeiro-ministro e com a
irresponsabilidade do atual Governo em não cumprir o acordo que foi
celebrado de forma muita séria pela ASPP".Na
reunião da passada sexta-feira, a ministra da Administração Interna
apresentou aos sindicatos da PSP uma proposta inicial de negociação, que
contempla para ser discutido de imediato alterações aos serviços
remunerados, tendo ainda dado conhecimento de que o suplemento especial
de serviço, destinado aos polícias que trabalham na investigação
criminal e na Unidade Especial de Polícia, vai ser aumentado em 2,15% em
janeiro de 2026.A ASPP lamenta que o
Governo tenha apenas apresentada alterações aos serviços remunerados,
que é um “trabalho suportado em grande parte pelos privados”, e um
aumento “único a um suplemento que apenas abrange 18% do efetivo
policial e em valores na casa dos três a sete euros”.Paulo
Santos disse também que a ASPP negociou em 2024 “com responsabilidade e
pragmatismo” e foi “até ao limite” para ser melhorado o suplemento de
risco, justificando que assinaram o acordo porque iria permitir negociar
questões importante como vencimentos, suplementos e portaria avaliação.“Esperamos
pacientemente pelo retomar da negociação, tivemos sensibilidade pelo
contexto político, principalmente com a queda do governo, estivemos
sempre com seriedade e responsabilidade”, disse, salientando que
entretanto “a situação na PSP agudizou-se”.O
presidente da ASPP referiu ainda que “o último investimento de relevo
feito” na PSP remonta ao Euro 2004 e assentou “unicamente em
equipamentos e viaturas”.Os protestos podem vir a ser feitos em conjunto com a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR).