Sindicato da PSP alerta para falta de atratividade da carreira policial
19 de nov. de 2021, 18:50
— Lusa/AO Online
“Os
números são claros. A carreira na PSP não é atrativa, o número de
candidatos nos últimos anos tem decrescido e a própria direção nacional
da PSP admitiu que está com dificuldades em recrutar e em preencher o
total dos novos cursos”, disse à agência Lusa o presidente da ASPP/PSP,
Paulo Santos, a propósito de uma conferência que o sindicato organizou
sobre a atratividade da carreira policial.O
sindicalista afirmou que a conferência concluiu que há “um decréscimo e
desinteresse de candidatos à Polícia de Segurança Pública nos últimos
anos” e identificou como principais motivos deste afastamento a
“estagnação dos salários, complexidade, risco do serviço, falta de
compensação pelas exigências e especificidades e mobilidade interna”.Paulo Santos sustentou que o grande motivo são os baixos salários, avançando que o vencimento inicial de um polícia é 801 euros.O
presidente do maior sindicato da PSP criticou as declarações do
ministro da Administração Interna, que esta semana afirmou que “ninguém
na PSP, com os suplementos a que tem direito e com a atualização em
cerca de 70 euros do subsídio de risco, ganhará menos de 1.000 euros a
partir de janeiro do próximo ano”. Paulo
Santos disse que Eduardo Cabrita está “a ser habilidoso” e as
declarações “não passam de malabarismo comunicacional”, frisando que não
se pode confundir vencimentos com suplementos.“Se
o valor imposto pelo Governo, para compensar o risco da missão já é uma
provocação, utilizar esse mesmo valor para encapotar aumentos salariais
que não se pretende realizar, é a pior forma de fazer política”,
sublinha a ASPP.Para atrair mais polícias,
o presidente da ASPP defendeu que é necessário rever as tabelas
remuneratórias, criar condições para receber novos elementos, mudar a
política de mobilidade interna e criar condições de trabalho ao nível da
reestruturação dos suplementos.Paulo
Santos disse ainda que a ASPP, integrada na comissão coordenadora
permanente das forças e serviços de segurança, estrutura que congrega
vários sindicatos das polícias, vai participar no sábado, em Lisboa, na
manifestação da central sindical CGTP.