Sindicato da PJ alerta ministra da Justiça para a falta de regulamentação de portarias
8 de jul. de 2024, 17:26
— Lusa/AO Online
Na
primeira reunião com a tutela após a tomada de posse do Governo, em
abril, a presidente da ASFIC/PJ explicou à Lusa que o encontro serviu
para se apresentar perante a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e
para “dar conhecimento dos problemas que afetam a PJ”.Carla
Pinto visou, nomeadamente, “todas as portarias que falta regulamentar,
sobretudo aquelas que estão relacionadas com o estatuto e que estão em
atraso desde julho de 2020”.“As portarias
entraram em vigor de janeiro de 2020 e tinham seis meses para ser
regulamentadas. Há 14 portarias por regulamentar. Estas portarias são
essenciais para o funcionamento da PJ”, alertou a líder da ASFIC/PJ.“O
Ministério da Justiça não tem só a PJ com problemas para resolver.
Estará a inteirar-se e certamente chegaremos a acordo naquilo que é
importante. Se conseguíssemos que cinco ou seis estivessem
regulamentadas até ao final do ano, ficaríamos satisfeitos. Há algumas
que são fáceis de regulamentar, sendo que há umas que são mais
importantes do que outras”, disse.Carla
Pinto salientou também à governante a “necessidade de formação dos
quadros da PJ” e acrescentou que, por agora, não ficou definida uma data
para uma próxima reunião.O Ministério da
Justiça recebeu também a Associação Sindical dos Peritos Forenses (ASPF)
da PJ, cujo presidente, José Gonçalves, destacou a questão da avaliação
da carreira para os especialistas de polícia científica, uma das três
carreiras especiais criadas por um decreto-lei de 2019 na PJ (além dos
trabalhadores da investigação criminal e os profissionais da área da
segurança).“Embora se chamem especiais,
não são idênticas umas às outras”, observou, continuando: “Os peritos
forenses estão nessa carreira, tal como técnicos informáticos ou da
contabilidade. São pessoas com o mesmo vencimento, o mesmo suplemento de
missão, mas que não têm o mesmo risco e acreditamos que deve haver essa
distinção”.No entanto, José Gonçalves reconheceu que o objetivo de autonomização da carreira terá de aguardar por outra ocasião. “Ambos
chegámos à conclusão de que não era o momento certo, uma vez que temos
uma lei recente. Só com uma nova lei orgânica e um novo estatuto de
pessoal e isso não estará nos horizontes da ministra. Sabemos que agora é
complicado, mas, quando houver pensamento para uma próxima revisão das
carreiras, vamos batalhar”, resumiu.Já o
Sindicato do Pessoal de Investigação Criminal (SPIC) da PJ, que reúne
antigos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF),
transmitiu à governante a preocupação com a questão do retorno dos cerca
de 300 profissionais que ficaram a dar apoio à Polícia de Segurança
Pública no aeroporto de Lisboa após a extinção do SEF.“Em
outubro de 2023 ficaram cerca de 300 pessoas a dar apoio à PSP por dois
anos, com metade a sair ao fim de um ano. Transmitimos à ministra que a
PSP está perfeitamente capacitada e que não se justifica esta afetação
funcional. Nesses 150 [que ficam] temos pessoas que já manifestaram
vontade de sair e voltar para a PJ”, referiu à Lusa o presidente do
SPIC, Rui Paiva.O dirigente sindical
expressou ainda a expectativa que os profissionais que representa possam
ficar na Autoridade Tributária e Aduaneira quando se trate de
localidades em que não esteja presente a PJ. “O
que pedimos é que se cumpra a lei e que as pessoas sejam colocadas, o
processo está a ser ultimado. São só essas duas questões que não estão
totalmente resolvidas, mas ficámos satisfeitos com a recetividade da
ministra e estamos convencidos de que as coisas se vão resolver”,
concluiu.