Sindicato da Marinha recusa alegada intransigência com Atlânticoline nos Açores
24 de jan. de 2022, 16:20
— Lusa/AO Online
Na
sexta-feira, a Atlânticoline informou que vai solicitar ao Conselho
Económico e Social dos Açores (CESA) uma “arbitragem obrigatória” devido
ao “impasse” negocial com o Sindicato, que se encontra em greve.“Não
há intransigência da parte do Sindicato. A empresa continua a não
admitir o pagamento de retroativos das negociações dos aumentos
salariais a partir da data que produzem efeito, ou seja, abril de 2021",
sustentou o dirigente sindical, Clarimundo Baptista, em declarações à
agência Lusa.Segundo o dirigente, o sindicato "facilitou" as negociações e ainda "foi ao encontro dos anseios" da Atlânticoline."O
sindicato fez um esforço para ir ao encontro da empresa, porque se
trata de uma situação em que a empresa excede os limites do trabalho
suplementar", assinalou à Lusa Clarimundo Baptista.O
dirigente sindical vincou que "os aumentos se reportam a 2021", pelo
que "é devido aos trabalhadores este pagamento de retroativos"."A
empresa vem agora dizer que não está disposta a pagar retroativos. É
aquilo que negociamos. Da parte do sindicato, estamos sempre disponíveis
para o diálogo", sublinhou ainda.Na
sexta-feira, num comunicado enviado às redações, a Atlânticoline
expressava “solidariedade” com todos os clientes “afetados pela greve em
curso”, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante,
Agências de Viagens, Transitários e Pesca (SIMAMEVIP).A
empresa pública disse que está “desde a primeira hora, séria e
constantemente empenhada na obtenção de um entendimento” com o sindicato
para que “se possa cessar com maior brevidade a greve em curso”.Para
a empresa, o SIMAMEVIP tem "demonstrado uma posição de absoluta
intransigência e total falta de espírito negocial”, que “na presente
semana atingiu um nível incompreensível”.“Não
resta outra solução à empresa, para a resolução do atual impasse e
cessação da greve, senão o recurso a meios externos da resolução de
conflitos laborais, designadamente por via de solicitação ao Conselho
Económico e Social dos Açores de parecer positivo para uma Arbitragem
Obrigatória, nos termos legais”, lê-se no comunicado.
A Atlânticoline revelou ainda que, a 16 de janeiro, “aceitou todas as
exigências de aumentos salariais exigidos” pelo Sindicato e que
representam um “aumento do salário base” na categoria de marinheiro de
“quase 13%”. “Além de aceder aos aumentos
salariais reivindicados, a empresa também propôs a criação de um regime
de descansos compensatórios para a prestação de serviços, mais favorável
do que o legalmente previsto”, acrescentava a nota.“Inexplicavelmente
e com uma profunda má-fé negocial, apesar da proposta da empresa ir ao
encontro de todas as exigências até à data formalizadas, o sindicato
rejeitou a proposta, passando a apresentar novas exigências”, criticou a
Atlânticoline.A 30 de dezembro de 2021, a
Atlânticoline informou que o SIMAMEVIP apresentou um novo pré-aviso de
greve dos trabalhadores entre 01 e 31 de janeiro, tendo já sido
definidos serviços mínimos diários.