Sindicato convoca greve às horas extraordinárias entre 07 e 22 de setembro
Motoristas
21 de ago. de 2019, 14:43
— Lusa/AO Online
De
acordo com Francisco São Bento, presidente do Sindicato Nacional dos
Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), o pré-aviso de greve já foi
entregue. A medida foi hoje anunciada por
Francisco São Bento em resposta “à intransigência da Antram [Associação
Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias] em não
aceitar” os “princípios básicos e legais” que os motoristas consideram
essenciais “como ponto de partida para a mediação negocial”.Numa
conferência de imprensa realizada hoje em Aveiras da Cima (Lisboa), o
presidente SNMMP garantiu que “os trabalhadores não trabalharão de
graça, nem existirão pagamentos por baixo da mesa, não tributados”. Entre
os considerandos para a convocação da greve “cirúrgica”, abrangendo as
horas extraordinárias, fins de semana e feriados, Francisco São Bento
sublinhou a exigência do pagamento “das horas extraordinárias acima das
nove horas e meia de trabalho diário” e de que as mesmas “sejam pagas de
acordo com o que se encontra tipificado na lei”.Os
motoristas de matérias pesadas exigem ainda “um aumento do subsídio não
inferior a 50 euros”, para pôr fim à greve ao trabalho suplementar.Questionado
pelos jornalistas, o presidente do SNMMP refutou estar a “demarcar-se”
das estruturas que aceitaram o acordo com a Antram, a Fectrans -
Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações e o Sindicato
Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), sustentando estar
apenas a pugnar para que “se cumpra a lei”.Francisco
São Bento disse ainda ter ficado mandatado pelos associados, no
plenário realizado no domingo, para encetar “outras formas de luta” que
só serão divulgadas posteriormente.Para
já, o SNMMP vai “aguardar” que a greve dê “os seus frutos”, considerando
que na última paralisação, entre os dias 12 e 18, ficou provado que “as
empresas funcionam com base no trabalho extraordinário destes
trabalhadores”, alguns dos quais somam já “mais de 500 horas”
extraordinárias. A greve dos motoristas de
matérias perigosas, que levou o Governo a adotar medidas excecionais
para assegurar o abastecimento de combustível, terminou no domingo, ao
fim de sete dias de protesto, depois de o SNMMP, que se mantinha isolado
na paralisação desde quinta-feira à noite, a ter desconvocado.No
domingo, na moção aprovada durante o plenário, os motoristas decidiram
mandatar a direção do sindicato para, caso a Antram demonstrasse uma
“postura intransigente” na reunião agendada para hoje, tomar medidas,
como “a convocação de greves às horas extraordinárias, fins de semana e
feriados”, até que os interesses dos motoristas sejam efetivamente
assegurados. O Sindicato Independente dos
Motoristas de Mercadorias desvinculou-se da greve ao quarto dia, na
quinta-feira à noite, e vai regressar às negociações com o patronato em
12 de setembro.