Sindicato considera “normal” que PSP envolvidos em morte de mulher sejam arguidos
16 de nov. de 2017, 10:06
— Lusa/AO online
“É
normal que sejam constituídos arguidos, uma vez que foram efetuados
vários disparos. Nem precisei confirmar se foram constituídos arguidos
porque nestes casos, sejam polícias ou não, é chapa cinco”, disse à
agência Lusa Carlos Torres, presidente do SIAP.Carlos
Torres referiu que, dos sete agentes envolvidos na ocorrência, cinco
pertencem ao sindicato por si presidido, que colocou à disposição destes
os apoios jurídico, social e psicológico.“Dos
agentes envolvidos houve um que acertou, agora será feita a recolha do
invólucro e a análise balística. Depois de efetuada a análise é normal
que os agentes passem a testemunhas no processo”, referiu.O presidente do SIAP disse que, dos sete envolvidos, um dos agentes não será constituído arguido, por não ter puxado da arma.“Um
dos agentes não será constituído arguido, uma vez que se trata do
agente que foi assistido e não puxou da arma. Agora terá sempre que ser
aberta uma investigação pelo Ministério Público, mesmo em caso de
legítima defesa”, salientou.Carlos Torres acrescentou que falou com um dos agentes envolvidos na ocorrência.“Falei
com um dos envolvidos mais de uma hora ao telefone e estava a chorar e
muito em baixo. Ninguém fica bem depois de uma situação destas, ainda
para mais porque a pessoa ao lado não tinha culpa dos atos do condutor”,
defendeu.A
Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um inquérito para
apurar em que circunstância ocorreu a morte de uma mulher durante uma
perseguição policial esta madrugada em Lisboa, anunciou o Ministério da
Administração Interna (MAI).“A
Inspeção-Geral da Administração Interna determinou a abertura de um
inquérito para apuramento dos factos relacionados com a ocorrência que
teve lugar na madrugada de hoje, da qual resultou a morte de uma cidadã
na sequência de uma intervenção policial”, refere o MAI, em comunicado.
Numa nota
divulgada pouco antes, a PSP informou ter determinado a instauração de
um processo de averiguações para apurar as circunstâncias da morte da
mulher, baleada acidentalmente.O
Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP diz, em comunicado
que, às 03:05, no Pragal, concelho de Almada (distrito de Setúbal),
ocorreu um furto por arrombamento, pelo método de explosão, a uma caixa
multibanco, após o qual os assaltantes se colocaram em fuga na direção
de Lisboa.“Na
Segunda Circular, em Lisboa, no sentido Benfica-Sacavém, foi detetada
uma viatura suspeita com as características correspondentes à viatura
usada no furto. Os suspeitos que se faziam transportar na viatura, ao
detetarem a presença policial, encetaram, de imediato, fuga na direção
da Rotunda do Relógio, circulando em diversas vias a alta velocidade e
em contramão, colocando em perigo todas as pessoas que ali se
encontravam”, explica o Cometlis.Já
nas imediações do Aeroporto Humberto Delgado, refere a nota, “foram
efetuados por parte dos suspeitos diversos disparos com arma de fogo
contra os agentes da PSP que os perseguiam, ao que estes ripostaram,
igualmente recorrendo a arma de fogo”.Pelas
03:35, na zona da Encarnação, foi detetada por elementos policiais “uma
viatura que aparentava corresponder às características da viatura
suspeita, cujo condutor desobedeceu à ordem de paragem”, segundo o
Cometlis.“Esta
viatura, durante a fuga, tentou atropelar os polícias, que tiveram de
afastar-se rapidamente para não serem atingidos e, em ato contínuo, os
polícias foram obrigados a recorrer a armas de fogo. Mais à frente, a
viatura voltou a desobedecer à ordem de paragem por outra equipa de
polícias, tendo sido intercetada pouco tempo depois”, relata o
comunicado.A bordo seguiam o condutor e uma mulher “ferida por impacto de projétil de arma de fogo”, que acabaria por morrer no local.“O
homem que conduzia a viatura foi detido por condução sem habilitação
legal, por desobediência ao sinal de paragem e por condução perigosa”,
indica o Cometlis, sublinhando que a Polícia Judiciária foi “de
imediato” chamada ao local.A PSP “lamenta a morte da cidadã envolvida na ocorrência”.