Sindicato alerta para falta de segurança nas cadeias de Ponta Delgada e Angra
24 de abr. de 2025, 15:37
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, o presidente do sindicato, Frederico
Morais, disse que uma das recentes situações ocorreu, na quarta-feira,
quando "um guarda, que se encontrava de folga, viu um indivíduo a
atirar, para o interior da cadeia de Ponta Delgada, um pacote" que
alegadamente tinha droga, tendo sido "alertada a polícia e o homem
detido".O dirigente sindical disse que
"esta situação acontece em Ponta Delgada, porque ainda não atenderam aos
inúmeros alertas" do sindicato para a vedação dos pátios, para "evitar
arremessos para o interior do estabelecimento prisional e tentativas de
fugas de reclusos"."No ano passado, só
neste pátio do estabelecimento prisional de Ponta Delgada, houve a
tentativa de fuga de três reclusos", indicou Frederico Morais à agência
Lusa.Ainda assim, “já se conseguiu,
finalmente, fechar a designada camarata 'Da América do Sul', sobrelotada
e sem condições, mas demorou mais de dois anos", referiu.Quanto
a outra situação, ocorreu em Angra do Heroísmo, no seguimento da
recente situação registada com um recluso que ficou gravemente ferido
num incêndio que ateou à sua cela no Estabelecimento Prisional da
Terceira.De acordo com o presidente do
Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, o recluso em causa
"regressou do internamento hospitalar e foi colocado em isolamento numa
cela sem colchão" e "necessitou de cuidados médicos na urgência, devido a
problemas respiratórios"."Não temos
condições para termos um doente de psiquiatria num estabelecimento
prisional. Não somos médicos. Neste tipo de situações, os reclusos devem
ser colocados em clínicas especializadas", disse Frederico Morais,
defendendo uma inspeção "rigorosa" à cadeia de Angra do Heroísmo.Por
outro lado, "continuam a ser os guardas masculinos que fazem serviço na
ala feminina" do estabelecimento prisional de Angra, "um problema
grave" que já foi exposto pelo sindicato ao diretor geral de Reinserção e
Serviços Prisionais, acrescentou.Segundo o
dirigente sindical, "a falta de condições" naquelas duas cadeias dos
Açores "coloca também em causa o trabalho dos guardas, que são cada vez
menos e com cada vez menos segurança".A
agência Lusa procurou obter informações sobre as situações denunciadas
junto da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, mas sem
sucesso até ao momento.