Sindicato alerta para "atual gravidade de falta de efetivo policial" nos Açores
10 de ago. de 2020, 16:10
— Lusa/AO Online
"Vende-se a ideia de que tudo está bem, que há
efetivos quando na realidade não há. Ultrapassado o ponto alto da
pandemia que assolou o país e em particular a região, importa agora
chamar atenção para a atual gravidade da falta de efetivo policial com
que se debate o Comando Regional da PSP dos Açores", afirma o SINAPOL,
em comunicado.De acordo com a estrutura
sindical, a situação deve-se a um "reforço insignificativo de efetivo
ocorrido em finais de junho", que se traduziu "nuns simbólicos 12
elementos policiais", já que "até ao final do ano" o quadro do Comando
Regional "sofrerá uma perda real de duas dezenas de elementos", a
"acrescentar às mais de duas centenas já registadas, tendo em conta as
saídas para a pré-aposentação" e "aliado ao inicio dos vários cursos de
formação de agentes coordenadores, chefes e de chefes coordenadores".O
SINAPOL-Açores lembra que "desde 2010", e "ano após ano", vem alertando
para "a falta de efetivo policial no Comando Regional da PSP dos
Açores, uma situação que tem sido dada a conhecer em "reuniões com a
hierarquia de Comando (que reconhecemos tudo fazer), junto da Direção
Nacional da PSP" e "até mesmo ao próprio Ministério da Administração
Interna"."A falta de efetivo é agora mais
evidente, em que a principal esquadra da região, sediada em Ponta
Delgada (na ilha de São Miguel), tem a necessidade de solicitar aos
cidadãos que ali se deslocam no período noturno para apresentarem
denuncias que ali regressem pela manhã, atendendo há falta de efetivo
que nesse período se faz sentir", avança o sindicato.Para
o sindicato, "é chegado o momento" para "solucionar a grave situação
que se sabe ser transversal a todo o país, mas que devido à
especificidade geográfica da região, a situação é ainda mais grave e de
caracter urgente na sua resolução", considerando que uma das soluções
para já "pode passar pela colocação imediata dos elementos policiais de
origem local (24 elementos policiais)". O
SINAPOL-Açores garante que a segurança da população "não está posta em
causa", mas diz que "o tempo de resposta às solicitações que são
dirigidas à polícia tem vindo aumentar", o que "é preocupante". A
direção do sindicato aponta ainda o "cansaço" e o "desgaste" dos
elementos policiais, atendendo "às exigências diárias que lhes são
impostas, muitas das quais vão além das suas funções"."E
só com muito sacrifício dos elementos policiais os objetivos têm sido
cumpridos, com a manutenção dos índices de criminalidade baixos,
continuando a Região Autónoma dos Açores a ser na essência da palavra
uma região segura", salienta.Na região, o
sindicato tem sensibilizado os partidos políticos com assento
parlamentar na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, autarcas e a
Presidência do Governo Regional para "a falta de efetivo policial no
arquipélago açoriano", que, segundo aponta o SINAPOL, "foi evidenciada
durante o período de estado de emergência".