Sindicato admite greve perante gravidade da situação na cadeia de Ponta Delgada
3 de out. de 2024, 15:06
— Lusa/AO Online
"Continuam
graves as condições de segurança. Cada vez pior na degradação, na falta
de guardas, em várias situações. Está cada vez pior. Senão for
resolvido teremos que parar o estabelecimento prisional", afirmou o
presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico
Morais.Em declarações à Lusa, na
sequência do plenário de guardas prisionais realizado esta quinta-feira, Frederico
Morais sustentou que "há matéria" onde se "podem acertar alguns
pormenores" que permitem "melhorar as condições de segurança e de
trabalho do estabelecimento prisional" da ilha de São Miguel."Caso
não existam soluções para questões de segurança, que sabemos que são
fáceis de resolver, então iremos partir para outras formas de luta",
adiantou o dirigente sindical.Ainda de
acordo com o sindicalista, "já é mais do que sabido que o
estabelecimento não tem condições e tem falta de guardas", mas "os
problemas têm também a ver com a gestão interna", com "pormenores de
reorganização".Frederico Morais lembrou que a cadeia de Ponta Delgada "tem cerca de 70 guardas" para uma população prisional de "130 reclusos"."O
estabelecimento prisional tem capacidade para 116 reclusos, mas tem
cerca de 30 detidos a mais, numa camarata que há muito que deveria ter
sido fechada", alertou.Apesar da
transferência de reclusos para o continente, a última das quais
realizada há cerca dois meses, o dirigente sindical referiu que a
solução "não resolve" a situação de sobrelotação.Em
plenário, os guardas prisionais decidiram ainda solicitar uma reunião à
diretora do estabelecimento prisional de Ponta Delgada."Iremos
reunir com a diretora para apresentar algumas soluções e tentar
resolver problemas que nos foram expostos pelo corpo da guarda
prisional, desde o bar dos reclusos que não tem quaisquer condições de
segurança, à camarata que está sobrelotada", indicou.Outra
das reivindicações passa pela "colocação de redes para acabar com
arremessos de droga para o interior da cadeia, pois o pátio está junto à
estrada", explicou Frederico Morais, indicando ainda que será enviado
um relatório para a direção geral.