Sindicato acusa República de “inação vergonhosa” na crise salarial na Base das Lajes
Hoje 16:18
— Lusa/AO Online
“Foi
o Governo Regional dos Açores que, perante a gravidade da situação e a
demora na ação da República, avançou com a autorização de um
adiantamento dos salários, assumindo um papel que, no quadro das
relações bilaterais, deveria ter sido primariamente assegurado pelo
poder central”, afirma o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias
Transformadoras, Alimentação, Comercio e Escritórios, Hotelaria e
Turismo dos Açores (SITACEHT/Açores. Num
comunicado enviado às redações, o sindicato critica a postura adotada
pelo Governo da República face “à delicada e urgente” situação dos
trabalhadores portugueses da Base Aérea das Lajes, na Terceira, e pede
que o executivo liderado pelo social-democrata Luís Montenegro “abandone
a posição de submissão e assuma uma postura de exigência e firmeza”
junto das autoridades americanas. “Os
trabalhadores portugueses da Base das Lajes não são peças descartáveis
na geopolítica internacional. Merecem ser tratados com dignidade e
respeito e o Governo da República tem o dever de ser o seu garante”,
defende o SITACEHTT/Açores.Segundo a
estrutura sindical, a ausência de soluções rápidas constitui um
“lamentável falhanço de responsabilidade social e política”, deixando
durante semanas os trabalhadores da Base das Lajes e dezenas de famílias
“na instabilidade”.Estes trabalhadores
“dedicaram anos da sua vida profissional ao serviço da pátria e das
relações bilaterais” e ficaram numa situação de “extrema
vulnerabilidade, sem garantias quanto ao pagamento dos seus salários,
essenciais para rendas e comida na mesa”, alerta o sindicato.Para
o SITACEHTT/Açores, “a inação e falta de resposta concreta” do Governo
da República “foi vergonhosa”, enquanto o problema se arrastou por
longas semanas, sem soluções concretas e imediatas.O
sindicato lembra que outros países, como a Alemanha e Espanha,
“demonstraram poder intervir, adiantando os salários aos seus cidadãos
em bases similares”.Para o
SITACEHTT/Açores, é imperativo que o Governo da República “assuma as
suas responsabilidades de forma cabal” e implemente medidas que garantam
que situações semelhantes não se repetem, incluindo a revisão do quadro
laboral da Base das Lajes, “onde se verifica, há anos, a desvalorização
profissional e salarial de muitos trabalhadores, alguns a receber
abaixo do Salário Mínimo Regional”.