Sindicato acusa Hospital de São João no Porto de chamar médicos internos para urgências gerais
24 de mai. de 2022, 16:30
— Lusa/AO Online
“Chegou
ao conhecimento do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que face à
carência de médicos especialistas, o Hospital de São João pretende agora
convocar médicos internos de várias especialidades - em formação - para
prestação de trabalho extraordinário obrigatório no Serviço de Urgência
Geral, desconsiderando o evidente prejuízo para as suas formações
especializadas”, denunciou o sindicato, em comunicado. Para
além de prestarem trabalho no serviço de urgência nas respetivas
especialidades, “o Conselho de Administração do Centro Hospitalar
Universitário São João pretende, agora, que aqueles médicos internos
prestem também trabalho no Serviço de Urgência Geral como carne para
canhão”, acrescentou. Confrontado com esta
acusação feita pelo SIM, o hospital respondeu à Lusa que de forma a
prestar “uma resposta com qualidade e acesso no serviço de urgência a
todos os doentes que procuram a instituição, os vários profissionais
(especialistas e internos de formação específica) têm sido
sensibilizados para o seu apoio, num quadro de equidade e esforço
repartido, e que tem tido uma resposta muito favorável com
disponibilidade e generosidade”. “No caso
dos internos de formação específica, o apoio que tem sido solicitado é
mínimo, enquadrado na sua formação, supervisionado por especialistas, em
diálogo e envolvimento com a Direção do internato Médico e a Comissão
de Internos”, explicou. O centro hospitalar ressalvou não abdicar de uma formação médica com “enorme qualidade”. Apesar
disso, o sindicato salientou que vários médicos internos da formação
especializada já apresentaram o seu protesto face a esta intenção do
conselho de administração.A situação diz
respeito aos médicos internos de formação especializada em cardiologia,
dermatovenereologia, doenças infecciosas, endocrinologia e nutrição,
farmacologia clínica, hematologia clínica, gastrenterologia,
imunoalergologia, imuno-hemoterapia, medicina do trabalho, medicina
física e reabilitação, nefrologia, oncologia médica, pneumologia e
reumatologia.“O SIM manifesta o seu apoio
aos médicos internos. A mão de obra barata e ampla que representam os
médicos internos de formação especializada não pode ser a solução para
os problemas do hospital”, concluiu.