Sindicato acusa Governos da República e dos Açores de desvalorizarem trabalhadores
Hoje 16:34
— Lusa/AO Online
A
direção regional do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e
Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA) analisou, numa reunião,
realizada na semana passada, a situação político-sindical nacional e
regional, tendo alertado que tanto o Governo da República como o
executivo dos Açores promovem medidas que "criam a ilusão de privilégio
dos trabalhadores" e para "desmantelar a Administração Pública".Numa
conferência de imprensa na Horta, ilha do Faial, o coordenador regional
João Decq Mota sustentou que a “Reforma do Estado”, apresentada pelo
Governo da República, foi feita “sem qualquer negociação com os
sindicatos” e o processo está “virado essencialmente para servir as
empresas, esquecendo os trabalhadores da Administração Pública,
descuidando os Serviços Públicos” com “medidas de forma vaga, avulsas,
sem contexto ou fundamentação”. Entre as
medidas, o sindicato apontou a proposta de aumento do subsídio de
refeição “em 10 cêntimos em 2027, 2028 e 2029”, considerando ser “uma
humilhação” para os trabalhadores e “falta de consideração”.Quanto
ao “Pacote Laboral”, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas
nos Açores considerou que as alterações “não incluem uma única medida
favorável aos trabalhadores”.Nos Açores, a
direção regional acusou também o executivo açoriano de
continuar “a trilhar o mesmo caminho do Governo da República”,
avançando com “medidas que privatizam empresas que prestam serviços
públicos essenciais, em prejuízo da população e da região”.Segundo
João Decq Mota, o aumento de "apenas 1,74 euros (2% da remuneração
complementar) é irrisório e insultuoso, uma afronta ao trabalho dos
funcionários públicos", defendendo o sindicato que a remuneração
complementar "seja aumentada para 100 euros", o que permitirá "uma
valorização real e digna dos trabalhadores da Administração Pública nos
Açores". Por outro lado, o sindicato
alertou para a "gritante" falta de trabalhadores na Administração
Pública, nomeadamente nos hospitais da região, onde existe "uma escassez
de Técnicos Auxiliares de Saúde (TAS)", e nas escolas, onde "a falta"
de assistentes operacionais "põe em perigo a segurança e o bem-estar das
crianças". Quanto ao setor social, o
sindicato considerou que os trabalhadores açorianos das Misericórdias e
das IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] "não podem
ser utilizados como instrumento de chantagem entre as instituições e o
Governo".“As remunerações, já de si
baixas, muito baixas, que os trabalhadores das Misericórdias dos Açores e
das IPSS auferem, nunca foram uma preocupação da URMA (União Regional
de Misericórdias dos Açores) e da URIPSA (União Regional de Instituições
Particulares de Solidariedade Social dos Açores) que, ao invés de
valorizar os trabalhadores que para si prestam serviço, ainda ameaçam o
Governo, com o não pagamento do subsídio de Natal”, acrescentam.