Sindicalista diz que técnicos da SATA "estão no limiar" do cansaço e isso vai afetar operação
21 de jan. de 2020, 09:38
— Lusa/AO Online
O
sindicalista explicou que este fator “vai ter impacto tremendo em
maio”, uma vez que as aeronaves não estarão todas operacionais, mesmo
com o recurso ao trabalho extraordinário, tendo salvaguardado que não
está prevista qualquer greve, para além da relativa às horas
extraordinárias, em curso, mas ”é preciso haver vontade do outro lado”
para negociar.O SINTAC foi ouvido na
Comissão Parlamentar de Economia, na delegação de São Miguel do
parlamento dos Açores, por iniciativa do deputado do PPM Paulo Estevão,
sobre as consequências da greve realizada entre 21 e 23 de dezembro
pelos técnicos de manutenção de aeronaves da SATA Air Açores, pela
valorização da carreira e dos salários.A
greve foi convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Manutenção de
Aeronaves (SITEMA) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da
Aviação Civil (SINTAC).O sindicalista
Marco Soares referiu que um dia antes da paralisação reuniram, a seu
pedido, com a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, Ana
da Cunha, na qual foi referido que o SINTAC aceitaria "todos os pontos"
propostos para 2019, mas reivindicou-se uma ratificação do Acordo de
Empresa só para os técnicos de manutenção de aeronaves.Segundo Marco Soares, Ana Cunha afirmou que "iria interceder" junto da administração.Por
outro lado, o sindicato sentiu-se "profundamente violentado" com uma
entrevista da governante à televisão pública, na qual Ana Cunha terá
afirmado, segundo o dirigente sindical, que estava em causa um aumento
salarial de mil euros, quando, de acordo Marco Soares, em causa estavam
aumentos salariais de cinco por cento, ou seja, 70 euros brutos. O
sindicalista disse que "nunca se sentiu por parte do conselho de
administração incapacidade de negociar", apesar do seu presidente estar
demissionário.Pedro Castro, do Sindicato
dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA), também ouvido em sede
de comissão parlamentar, reafirmou o que disse o seu colega do SINTAC,
indicando que "sem horas extraordinárias é impossível realizar as
manutenções necessárias" nas aeronaves, uma vez que faltam técnicos de
manutenção na SATA, tendo estes vindo a sair para outras operadoras na
Europa, devido à sua escassez no mercado, por valores de vencimento
muito superiores.