Símbolos da Jornada da Juventude peregrinam por Vila Real a partir de domingo
31 de ago. de 2022, 09:12
— Lusa/AO Online
Os símbolos - a cruz peregrina e o ícone de
Nossa Senhora Salus Populi Romani – passam nesse dia da diocese de
Bragança-Miranda para a diocese de Vila Real, onde permanecerão até 30
de setembro. A entrega será feita às 17:00, na Ponte de Rebordelo, em
Valpaços.Os símbolos estarão em cada
diocese nacional até à realização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa
2023 (JMJLisboa2023) cerca de um mês e a última a recebê-los será
Lisboa.Estes símbolos estiveram, desde
2021, em Angola, na Polónia e em Espanha, bem como nas dioceses
portuguesas do Algarve, Beja, Évora, Portalegre-Castelo Branco, Guarda,
Viseu, Funchal, Angra, Lamego e Bragança-Miranda. Neste mês de agosto,
viajaram também até Idanha-a-Nova, para o Acampamento Nacional de
Escuteiros, e até Santiago de Compostela, para a Peregrinação Europeia
de Jovens.Tradicionalmente, nos meses que
antecedem cada JMJ, “os símbolos partem em peregrinação para serem
anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial,
nas realidades em que vivem”, informou a organização da Jornada.Com
3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano
Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de
Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí,
a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a
levou a quase 90 países.“Foi transportada a
pé, de barco e até por meios pouco comuns, como trenós, gruas ou
tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção
juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e
centros comerciais. No percurso, enfrentou muitos obstáculos: desde
greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de
viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis”, segundo uma nota
sobre a JMJLisboa2023, que acrescentou que “em 1985 esteve em Praga, na
atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela
cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa”.“Pouco
depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova
Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3.000
pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido
assolado pela guerra civil”.Já o ícone de
Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o
Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de
largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em
Itália.“É antiga a tradição de o levar em
procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr
fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria
Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um
ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica”, acrescentou o
gabinete de comunicação da JMJLisboa2023.O
Departamento da Juventude, Universidade e Vocações (JuV) da Diocese de
Vila Real, citado pela agência Ecclesia, considerou que o início das
atividades escolares e pastorais são “oportunidades únicas de envolver
os jovens” na peregrinação dos símbolos da JMJ.“Queremos
que as pessoas sejam o agente principal e, assim, que os símbolos
estejam no meio da multidão, sempre que possível”, afirmou Pedro Borges,
daquele departamento, acrescentando que “a possibilidade de contactar e
ver os símbolos traz um sentido diferente aos jovens, permite tornar
real a mística da jornada”.Entretanto, o
bispo Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação
JMJ Lisboa 2023, que se encontra no Brasil a promover o encontro mundial
do próximo ano, manifestou o desejo de que o evento “possa ser um sinal
de esperança, de carinho, de amor, no tempo difícil” que se está a
viver.Na Assembleia da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, Américo Aguiar deixou o convite aos
jovens brasileiros para a JMJLisboa2023, sublinhando que ninguém se deve
sentir fora deste convite.“Nós viemos ao
Brasil para convidar todos os jovens do Brasil para a Jornada Mundial da
Juventude de Lisboa. Queremos convidar todos. Não queremos que nenhum
jovem se sinta descartado, se sinta fora deste convite. O convite não é
para nenhuma elite, o convite é para todos os jovens do Brasil”,
acrescentou, citado pela Ecclesia.Na
ocasião, o bispo português adiantou que a abertura de inscrições para a
Jornada deve acontecer até ao final de outubro e que o Papa Francisco
será o primeiro peregrino a inscrever-se.A
JMJLisboa2023, para a qual são esperados mais de um milhão de jovens de
todo o mundo, decorrerá nos terrenos da margem do rio Tejo, ao norte do
Parque das Nações, e será encerrada pelo Papa.Inicialmente prevista para o verão de 2022, a iniciativa foi adiada um ano, devido à pandemia de covid-19.