Seul denuncia ratificação de tratado de defesa entre Moscovo e Pyongyang
25 de out. de 2024, 12:20
— Lusa/AO Online
Os deputados russos
ratificaram por unanimidade, na quinta-feira, o tratado de parceria
estratégica global com a Coreia do Norte. O
artigo 4.º do texto, assinado a 19 de junho durante uma rara visita do
Presidente russo, Vladimir Putin, à Coreia do Norte, prevê “assistência
militar imediata” em caso de agressão armada por parte de países
terceiros.A Coreia do Sul e os Estados
Unidos afirmaram que milhares de soldados norte-coreanos estão a treinar
na Rússia. Também a Ucrânia disse, esta semana, que os soldados
chegaram à zona de combate na região fronteiriça russa de Kursk.Seul
“manifesta grande preocupação com a ratificação pela Rússia do tratado
Rússia-Coreia do Norte, enquanto as tropas norte-coreanas estão
atualmente destacadas na Rússia”, declarou o Ministério dos Negócios
Estrangeiros, em comunicado.O Governo sul-coreano “apela para a retirada imediata das tropas norte-coreanas e a cessação da cooperação ilegal”, acrescentou.Questionado
sobre a presença de tropas da Coreia do Norte na Rússia, o Presidente
russo, Vladimir Putin, que desde 2022 empreendeu uma acelerada
aproximação diplomática e militar com o homólogo norte-coreano, Kim
Jong-un, evitou responder diretamente, preferindo inicialmente criticar o
papel do Ocidente na Ucrânia desde 2014.“As
imagens são uma coisa séria, se há imagens [do destacamento de forças
norte-coreanas na Rússia], é porque refletem alguma coisa...”, gracejou."Nunca duvidámos que os norte-coreanos levam os nossos acordos a sério”, afirmou aos jornalistas.O
Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, disse na quinta-feira que
Seul “não vai ficar de braços cruzados” e que o destacamento é uma
“provocação que ameaça a segurança mundial”.Seul vai estudar a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia “de forma mais flexível” do que anteriormente, acrescentou.Entretanto,
a Coreia do Norte adotou um novo hino do país, informaram meios de
comunicação social oficiais. A medida destina-se a permitir que o líder
norte-coreano, Kim Jong-un, defina o país como estando totalmente
separado e em conflito com a Coreia do Sul.Pyongyang
já tinha alterado também a Constituição para definir o Sul como "Estado
hostil” e destruído estradas e caminhos-de-ferro que em tempos ligaram
os dois países.