A
carta é assinada pela Associação Nacional de Toureiros (ANT),
Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET) e pela
Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF) e pretende pedir uma
reunião e "partilhar" com a ministra Graça Fonseca "parte do 'ADN' da
cultura portuguesa (a atividade tauromáquica".Os
subscritores da carta, que defendem a descida do IVA para 6% nos
espetáculos tauromáquicos, recordam que fazem parte de uma das áreas
“mais originais e autênticas” da cultura portuguesa, sendo uma das
poucas que “não têm” programas de apoio.“Incorporamos
quase 100% de mão de obra nacional, exportamos cultura portuguesa,
contribuindo para a divulgação da nossa cultura e para o equilíbrio da
balança comercial. Fomentamos o turismo e temos de um impacto económico
direto e indireto de muitos milhões de euros, criando emprego e riqueza,
muitas vezes em regiões deprimidas do interior”, acrescentam.Sublinhando
que o país está a viver “tempos críticos”, as associações taurinas
alertam para o “papel crucial” que a cultura vai ter quando o estado de
emergência terminar.“É tempo de ‘pegar o
touro pelos cornos', ir à luta e, muito importante, não deixar de forma
nenhuma que o cancelamento de atividades culturais seja uma tragédia
para Portugal”, lê-se na carta.As três
associações tauromáquicas lembram que representam também a economia e o
emprego, com uma implementação territorial “diversa”, entre “norte e
sul, urbano e interior”, sendo esta uma atividade “muito particular”. Por
força da sazonalidade da atividade taurina, segundo as associações, o
setor é afetado pela paragem total dos espetáculos, sendo "impossível
recuperar desses prejuízos". “Este
infortúnio retira-nos meios para obter receitas e suportar custos com um
valor elevado, como a alimentação e manutenção de cavalos, a preparação
técnica e artística e as equipas de tratadores e veterinários, entre
muitos outros”, referem.Segundo os
subscritores da carta, “a preparação da produção dos espetáculos desta
temporada já foi iniciada há largos meses e a sua não realização
acarreta avultados prejuízos em investimentos perdidos e reduções
drásticas de receitas”.As associações
taurinas recordam ainda que cada corrida de touros precisa de “cerca de
170 intervenientes diretos”, sendo “urgente” que se tomem medidas de
apoio nesta fase, que tenham em conta as particularidades do setor.“É
necessário preparar a fase de retoma dos espetáculos com medidas
adaptadas, por exemplo corrigindo com urgência o IVA dos espetáculos
tauromáquicos para 6%, que é agora uma medida incontornável de apoio
social à cultura e aos artistas”, defendem.