Setor empresarial regional diminui peso na economia e agrava prejuízos em 2024
Hoje 15:15
— Lusa/AO Online
Num
relatório divulgado, o CFP deu conta de que o setor empresarial
regional (SER) “diminuiu o peso na economia e no emprego regional em
2024”, tendo sido, nesse ano, “responsável por mais de um terço (16,4
mil trabalhadores) do emprego público nas Regiões Autónomas: 7,6 mil no
Setor Empresarial da Região Autónoma dos Açores (SERAA) e 8,8 mil no
Setor Empresarial da Região Autónoma da Madeira (SERAM)”. Estes
valores correspondem a “6,5% e 7,0% do emprego regional,
respetivamente, refletindo variações de -0,1 p.p. e -0,4 p.p. face a
2023”.Segundo o CFP, “a participação acionista das Regiões no SER manteve-se em 1.334 milhões de euros”.O
documento conclui que o “desempenho económico-financeiro nas Regiões do
SER foi distinto, mas ambas registaram resultados líquidos negativos”.Assim,
“no SERAA, o aumento dos gastos operacionais relevantes, superior ao do
volume de negócios, implicou um agravamento do resultado líquido para
93,3 milhões de euros”, um desempenho que “foi acompanhado por uma
redução dos indicadores de autonomia e solvabilidade, num contexto de
maior dependência de capitais alheios e fragilidade do grupo SATA, cujo
resultado líquido não consolidado registou uma queda significativa de
47,2 milhões de euros”.Por sua vez, no
“SERAM observou-se um ligeiro reforço da posição financeira, refletido
na melhoria da capacidade de endividamento, bem como um melhor
desempenho económico, não obstante ainda se ter registado um resultado
líquido negativo de 23,2 milhões de euros”, ainda assim uma melhoria
face a 2023.“Em termos globais, a
rendibilidade global do SER manteve-se negativa, evidenciando possíveis
limitações estruturais e dependência de financiamento público”, destacou
o CFP.A entidade concluiu que “os
resultados económico-financeiros dos setores de atividade diferem
significativamente entre si”, sendo que “na RAA destaca-se o setor dos
transportes e armazenagem, dado o volume de negócios, gastos
operacionais e ativo que apresenta”.Assim,
apesar da retoma progressiva da atividade económica, os gastos
operacionais deste setor “foram superiores aos rendimentos operacionais,
resultando em deteriorações do EBITDA [resultado antes de impostos,
juros, depreciações e amortizações], EBIT [resultados antes de juros e
impostos], resultado líquido e VAB [valor acrescentado bruto], mas
também dos indicadores de estrutura financeira e de rendibilidade”.De
acordo com o CFP, esta evolução deveu-se ao “comportamento negativo da
SATA Internacional – Azores Airlines, empresa que se encontra em
processo de privatização”.Por seu lado, no
SERAM o relatório destaca o setor da saúde, representado exclusivamente
pelo SESARAM (Serviço Regional de Saúde da Madeira), devido “ao peso do
número de trabalhadores e à relevância dos gastos operacionais,
sobretudo com o pessoal, que oneram significativamente a estrutura de
custos”.Esta empresa apresenta “capitais
próprios negativos, penalizando os rácios de solvabilidade e autonomia
financeira”, mas “registou uma melhoria do resultado líquido - fruto de
um crescimento do volume de negócios superior ao dos gastos operacionais
relevantes - embora este ainda tenho sido negativo em 2024”.“O
esforço financeiro líquido da RAA com o respetivo SER aumentou em 2024,
contrariamente com o que sucedeu na RAM”, destacou, indicando que “o
esforço financeiro líquido da RAA com o respetivo SER aumentou 18,4
milhões de euros, enquanto o da RAM diminuiu 79,4 milhões de euros,
tendo totalizado 93,5 milhões de euros e 77,2 milhões de euros,
respetivamente”.