Setor do vinho gera 3.000 ME em atividade económica e 43.000 postos de trabalho
23 de nov. de 2023, 18:25
— Lusa
No trabalho, hoje divulgado,
lê-se que o setor gerou ainda, no mesmo ano, aproximadamente 861 milhões
de euros em Valor Acrescentado Bruto (VAB).Paralelamente,
“em 2022, as exportações de vinhos portugueses ascenderam a 941.5
milhões de euros, o que representou 41,3% do valor total da produção
direta do vinho”, de acordo com o estudo.Em
entrevista à Lusa, Ana Isabel Alves, diretora executiva da Acibev
(Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal) deu conta do peso
deste setor na atividade económica nacional, com cerca de 2,7% do
Produto Interno Bruto (PIB) e 3,4% do emprego (dados de 2021).A
dirigente associativa destacou que “em 43 municípios, nomeadamente no
interior do país o setor do vinho representava mais de 10% do emprego da
região”.Ana Isabel Alves alertou para os
desafios com que se depara o setor, desde logo com “tudo o que tem a ver
com as ameaças anti álcool”, alertando para “a tendência crescente que
existe para pôr em causa a própria legitimidade do vinho”.A
responsável defendeu que é preciso “ter consciência” de que “esse tipo
de propostas está a pôr em causa um setor que contribui muito para a
economia, para a coesão social e territorial de Portugal”.Por
outro lado, destacou, “Portugal foi dos poucos países onde a produção
cresceu”, salientando que os grandes desafios do setor passam por
“continuar a exportar a cada vez mais e cada vez melhor”.“Portanto, cada vez aumentamos mais o valor do vinho que exportamos e é aí que temos apostado muito”, adiantou.Questionada
sobre o impacto dos aumentos de impostos no vinho, recordou que o
“Orçamento do Estado para 2024 [OE2024] prevê um aumento de 10% do
imposto sobre as bebidas alcoólicas e nomeadamente do imposto que se
aplica aos vinhos licorosos ao Vinho do Porto e aos moscatéis”,
destacando que o setor “já fez uma carta a todos os grupos parlamentares
e ao primeiro-ministro” e as informações que tem “é que existem já
propostas para que não seja aumentado o IABA [imposto sobre o álcool e
as bebidas alcoólicas]”.Ana Isabel Alves
disse assim que este segmento tem “esperança de que agora, no âmbito da
discussão na especialidade [do OE2024], possam voltar para trás com a
questão do aumento de 10% dos impostos”.No
estudo realizado pela Nova SBE lê-se que “o setor contribui fortemente
para a receita fiscal do Estado com um montante total estimado de 1.510
milhões de euros, já incluindo os efeitos diretos, indiretos e
induzidos, ou seja, 1,9%” das receitas fiscais, segundo dados de 2021.Sobre
as prioridades para o novo Governo, Ana Isabel Aves destacou que “é
muito importante tudo o que tem a ver com o comércio internacional”.“Gostaríamos
desde logo de poder continuar a contar com o apoio do Governo português
na defesa ao nível europeu, de todas as medidas de apoio ao vinho,
nomeadamente com o apoio aos programas de promoção”, destacou. “Tudo
quanto o Governo possa fazer para nos ajudar a acabar com as barreiras
alfandegárias e não alfandegárias às nossas exportações é muito
bem-vindo”, rematou a dirigente associativa.