Setecentos mil litros de água vão diariamente de Tondela para Viseu
31 de out. de 2017, 18:53
— Lusa/AO online
De
acordo com o administrador da empresa Águas do Planalto, Ferreira dos
Santos, esta operação começou a ser realizada na segunda-feira e deverá
manter-se nos próximos dias. "Esta operação não tem tempo limite,
é uma espécie de navegação à vista. Ou seja, hoje nós estamos
tranquilos e pensamos que não vai afetar em nada o nosso abastecimento,
mas não sei o que o S. Pedro tem reservado para os próximos meses e
temos de ir avaliando", esclareceu. O fornecimento de água está a ser feito a pedido do Município para Viseu,
que retira assim menos água da Barragem de Fagilde e acaba por libertar
mais água para os outros três municípios que serve: Nelas, Mangualde e
Penalva do Castelo. Cada camião cisterna que parte de Mosteiro de
Fráguas, de um reservatório com capacidade para 14 mil m3 de água, leva
em média por viagem, até Viseu,
cerca de 30 m3 de água. Este percurso está a ser executado por quatro
ou cinco camiões cisterna, que vão repetindo a operação várias vezes ao
longo do dia. Carlos Almeida é um dos condutores de um desses camiões cisterna que, a meio da tarde, já contava com três cargas feitas. "Usando
duas bombas para encher o camião, demoramos cerca de 20 minutos a
encher, mais 20 'minutitos' de viagem e outros tantos para descarregar
em Farminhão", informou. No entanto, ainda é preciso contar com
os imprevistos. Há pouco, avariou uma das bombas e assim demora-se o
dobro do tempo a carregar", relatou. À agência Lusa, o administrador da Águas do Planalto sublinhou que a água que vai sendo transportada para Viseu sai do seu reservatório devidamente tratada. "Garantimos a qualidade da água à saída das nossas instalações. Durante o transporte, assim como os reservatórios de Viseu, já não é da nossa responsabilidade", acrescentou. É
aliás deste mesmo reservatório que sai a água para os cinco municípios -
Tondela, Santa Comba Dão, Mortágua, Carregal do Sal e Tábua - que a
Águas do Planalto abastece. "Neste momento, temos reserva para
três meses de consumo médio. Por isso, esta água não nos vai fazer
falta. Futuramente, pensamos aumentar a nossa reserva, elevando em mais
um metro a quota da nossa albufeira", referiu. Segundo Ferreira
dos Santos, esta obra significaria uma reserva de mais 300 mil metros
cúbicos de água, que se traduziria num consumo médio de água para quatro
meses dos 77 mil habitantes dos cinco municípios. Sobre os custos da água disponibilizada a Viseu,
apontou ainda que neste momento ainda não está definido o seu valor,
uma vez que há outras entidades a fornecer e com quem pretendem alinhar o
preço. "Em todo o caso, é nossa intenção não ganhar um cêntimo
sequer com esta operação. O valor que resultar será atribuído a
entidades dos cinco municípios que tenham ajudado ou continuem a ajudar
as vítimas do trágico incêndio de dia 15 de outubro", concluiu. A
Águas do Planalto tem ainda em curso uma campanha, em que oferecem a
cada cliente, que se dirige às suas instalações, um carvalho, como
brinde, de forma a ajudar na reflorestação da região.