Sete famílias retiradas da Fajã das Galinhas já foram realojadas
29 de ago. de 2024, 15:21
— Lusa
Em 17 de agosto, 120 pessoas
foram retiradas do sítio da Fajã das Galinhas, na freguesia do Estreito
de Câmara de Lobos, nas zonas altas do concelho, devido às chamas que
cercaram a zona e tornaram intransitável a única estrada de acesso, numa
extensão de cerca de dois quilómetros ao longo de uma escarpa.Vários
munícipes foram para casas de amigos e familiares e outros foram
alojados temporariamente nos centros comunitários de Câmara de Lobos e
do Estreito de Câmara de Lobos.Hoje, o presidente de Câmara de Lobos, Leonel Silva, disse que, dessas pessoas, 22 já foram realojadas.Referindo-se
especificamente às pessoas que estão no centro comunitário de Câmara de
Lobos, o autarca perspetivou na segunda-feira que fossem todos
realojados até ao final desta semana.Questionado
hoje sobre quando espera retirar as pessoas do centro comunitário, o
autarca não quis avançar com uma data, admitindo que pode demorar
“algumas semanas”.“Neste momento, temos 35
pessoas no centro comunitário e durante este fim de semana vamos ficar
só com 27 porque vão sair algumas pessoas do centro comunitário durante
estes dias”, adiantou.O presidente da Câmara acrescentou que espera na próxima semana realojar mais quatro famílias.“Entretanto,
temos já também 13 alojamentos identificados, mas que obrigam a algumas
obras e podem demorar mais algumas semanas”, acrescentou.Estes
realojamentos estão a ser realizados em imóveis privados, da Câmara
Municipal, do Governo Regional e de uma paróquia, referiu Leonel Silva. No
sábado, o autarca afirmou que a Fajã das Galinhas não oferece condições
de segurança para as pessoas poderem regressar às suas casas e adiantou
que a autarquia vai iniciar brevemente a construção de 30 moradias num
investimento de 7,5 milhões de euros na zona do Castelejo, próxima da
Fajã das Galinhas, localidade que não oferece riscos.O
incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras
do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos
concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Na segunda-feira, ao fim de 13 dias, a proteção civil regional indicou que o fogo estava “totalmente extinto”.Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida.Durante
os dias em que o fogo lavrou, as autoridades deram indicação a perto de
200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e
disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos
moradores foram regressando a casa.O
combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas
elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou
da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora
algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de
áreas florestais.A Polícia Judiciária está
a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo
madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.