Sete escolas superiores com ordem de encerramento por falta de acreditação
23 de jul. de 2019, 19:54
— Lusa/AO online
De
acordo com uma nota do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior (MCTES), ao Instituto Superior de Comunicação Empresarial
(ISCEM), cujo encerramento foi divulgado e confirmado na segunda-feira,
juntam-se a Escola Superior de Tecnologias E Artes de Lisboa, a Escola
Superior Artística de Guimarães, o Instituto Superior de Novas
Profissões, a Escola Superior de Educação Almeida Garrett, a Escola
Superior de Educação Jean Piaget de Arcozelo e o Conservatório Superior
de Música de Gaia.Segundo as informações
divulgadas pelo MCTES, antes do resultado da avaliação da Agência de
Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), que a 07 de julho
determinou a não acreditação do Conservatório Superior de Música de
Gaia, a instituição “já havia transmitido a intenção de descontinuar
todos os ciclos de estudo”. “O correspondente procedimento ainda não foi iniciado”, lê-se na mesma nota.A
Escola Superior Artística de Guimarães, o Instituto Superior de Novas
Profissões, a Escola Superior de Educação Almeida Garrett, a Escola
Superior de Educação Jean Piaget de Arcozelo, apesar da ordem de
encerramento compulsivo, vão funcionar, em alguns casos, mais dois anos
letivos, para garantir que os alunos matriculados e com cursos iniciados
possam concluir essas formações.A Escola
Superior Artística de Guimarães tem de encerrar até ao final do ano
letivo de 2020-2021, sendo que o despacho de encerramento já foi
publicado em Diário da República a 07 de novembro de 2018.O
Instituto Superior de Novas Profissões, do grupo Lusófona, que
“informou ter condições para funcionar durante os próximos dois anos
letivos, de modo a que os alunos possam concluir de modo tranquilo as
suas formações nos prazos habituais”, tem o processo de encerramento
compulsivo ainda em tramitação na Direção-Geral de Ensino Superior
(DGES), pelo que ainda não seguiu para despacho do ministro da tutela,
Manuel Heitor.Outra instituição do grupo
Lusófona, a Escola Superior de Educação Almeida Garrett, tem o processo
de encerramento a decorrer na DGES, mas informou igualmente poder
funcionar nos próximos dois anos letivos para permitir a conclusão dos
cursos aos alunos já matriculados.A Escola
Superior de Educação Jean Piaget de Arcozelo, que também perdeu a
acreditação este ano, “comunicou a decisão de encerrar voluntariamente”,
mas apenas está obrigada a fechar portas a 31 de dezembro de 2021,
também para que se possam concluir os cursos iniciados.Apesar
de terem perdido a acreditação já este ano e estarem em processo de
encerramento, com avaliações da A3ES que apontam falhas, por exemplo, ao
seu corpo docente, há quatro instituições que vão diplomar estudantes.No
caso da Escola Superior Artística de Guimarães, por exemplo, a decisão
do Conselho de Administração da A3ES aponta o “incumprimento do corpo
docente no que respeita aos requisitos mencionados no ponto 1 c) do art.
49º do RJIES [Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior]”,
aquele que determina as condições a que deve obedecer o corpo docente
das escolas politécnicas e que define, por exemplo, que os especialistas
devem ter uma atividade profissional na área em que foi atribuído o
título.No caso do Instituto Superior das
Novas Profissões, a A3ES aponta que “há uma Incoerência entre a relação
contratual dos docentes e a respetiva distribuição de serviço docente”,
uma vez que “vários docentes a 100% apresentam cargas letivas
incomportáveis” e “outros a 100% apresentam cargas letivas muito
pequenas”.Na Escola Superior de Educação
Almeida Garrett, além da questão dos docentes falsos especialistas, a
agência de avaliação e acreditação refere ainda a ausência de avaliação
do corpo docente.“Os docentes que estão
integrados em centros de investigação, pertencem a áreas não relevantes
para as formações lecionadas. Não existem condições para a melhoria das
qualificações académicas do corpo docente, nem há evidência de apoio a
atividades de investigação e participação em conferências
internacionais”, acrescenta a decisão da A3ES.“A
IES tem em funcionamento apenas um ciclo de estudos (CE) de
licenciatura, que neste momento não está acreditado […] Os três
mestrados acreditados nunca admitiram estudantes. Não existem
procedimentos que garantam os requisitos mínimos para acreditação de
novos CE. Nos últimos anos a instituição de ensino superior (IES) viu
cinco CE não serem acreditados, entre novas propostas e CE em
funcionamento e, para além disso, foram descontinuados pela IES outros
seis CE”, lê-se numa outra decisão da A3ES, relativa à Escola Superior
de Educação Jean Piaget de Arcozelo.As
decisões da A3ES de não acreditação de sete escolas superiores são
resultado do processo de avaliação e acreditação institucional ao nível
de todo o sistema de ensino superior que decorreu em 2017 e 2018.