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Sete carreiras de tiro deverão estar prontas em Janeiro de 2009
As forças de segurança poderão começar a utilizar as sete carreiras de tiro que o Governo vai construir em Janeiro do próximo ano, disse hoje à Agência Lusa fonte do Ministério da Administração Interna (MAI).


Autor: Lusa/AO
Segundo o MAI, as carreiras de tiro destinadas ao treino da GNR e da PSP vão ser construídas em Castelo Branco, Águeda, Portalegre, Macedo de Cavaleiros, Évora, Ponte de Lima e Guarda.

    A construção das sete carreiras de tiro deverá estar concluída no final do ano, pelo que poderão começar a ser utilizadas em Janeiro de 2009, adianta o Ministério da Administração Interna.

    O MAI tem vindo a celebrar protocolos com as autarquias onde vão ficar sedeadas as carreiras de tiro e que estabelece a cedência dos terrenos para a sua construção.

    O secretário de Estado da Administração Interna, Rui Sá Gomes, assina hoje um protocolo com a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros para a cedência do terreno.

    Protocolo idêntico será celebrado na sexta-feira com a autarquia de Portalegre e no passado mês de Julho já foram assinados com as câmaras de Castelo Branco e de Águeda.

    As futuras carreiras de tiro, que serão propriedade do Ministério da Administração Interna, fazem parte da Estratégia de Segurança para 2008 apresentada em Março.

    De acordo com a Estratégia de Segurança, os agentes de segurança vão passar a ter treino de armas de fogo uma vez por semana e formação táctico-policiais com mais frequência.

    A PSP e a GNR vão ter que articular entre si a utilização das carreiras de tiro.

    A falta de formação dos polícias para o uso das armas tem sido levantada pelas associações e sindicatos das forças de segurança e por algumas entidades.

    Para os sindicatos, os polícias tem pouco treino de tiro ao alvo em movimento e falta formação contínua. Por sua vez, o Observatório sobre Produção, Comércio e Proliferação de Armas Ligeiras - iniciativa da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) - defendeu mais formação dos agentes de segurança para o uso das armas.

    Para José Manageiro, da Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR), a guarda "treina pouco o tiro em alvos em movimento", usa "armas velhas" e muitos trabalham mais de 24 horas seguidas. "Somos obrigados a usar a arma, que faz parte do nosso fardamento e é uma ferramenta de trabalho, mas depois não treinamos", criticou, em declarações à Lusa, em Julho passado, quando, durante uma operação STOP, um disparo da GNR matou um jovem condutor que se recusou a parar.

    Na mesma altura, os sindicatos queixaram-se da falta de formação permanente e contínua dos militares, garantindo que uma das valências pouco treinadas é exactamente o tiro em movimento.

    "É preciso haver um plano de formação periódico e contínuo que não existe e sem essa instrução permanente e contínua há muitos procedimentos que se esquecem", disse José Manageiro.

    Segundo José Alho, da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG/GNR), "a grande maioria dos treinos são de tiro ao alvo, ou seja, é para treinar um tiro militar de precisão cujo objectivo é destruir o inimigo".

    "Há 16 anos que denunciamos a falta de formação, mas os governos parecem esquecer sistematicamente a necessidade de investir em instalações e meios que permitam esses treinos", defendeu José Alho.