Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vai ser extinto em outubro
25 de mai. de 2023, 18:34
— Lusa
“Quando chegarmos a outubro
deste ano o SEF extingue-se na medida em que os seus funcionários são
integrados nas outras forças, ou seja, em outubro deste ano ocorre o
processo de extinção do SEF”, disse aos jornalistas José Luís Carneiro
na conferência de imprensa realizada após a reunião do Conselho de
Ministros.O Presidente da República
promulgou na quarta-feira os dois diplomas sobre o processo de fusão do
SEF, designadamente o regime de transição de trabalhadores e a criação
da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que vai
substituir este serviço em matéria administrativa relativamente aos
cidadãos estrangeiros. O governante
explicou que, no âmbito deste processo, uma parte dos trabalhadores da
carreira geral e administrativa vai passar para a AIMA e a outra parte
dos funcionários da carreira da inspeção e fiscalização integrará a
Polícia Judiciária.Segundo José Luís
Carneiro, haverá ainda inspetores do SEF que vão ficar a trabalhar nas
fronteiras aéreas, marítimas e terrestres “no regime de afetação
funcional transitoriamente até que se consolida a mudança em condições
de segurança”.Os inspetores do SEF podem
exercer funções, durante dois anos, na Guarda Nacional Republicana e na
Polícia de Segurança Pública nos postos de fronteira aérea e marítima.“Entre
outubro 2023 e outubro 2024, os funcionários do SEF que estão hoje nas
fronteiras áreas, marítimas e terrestres ficam no apoio à PSP e GNR”,
disse, explicando que em 2024 apenas podem ficar nestas funções 50% dos
inspetores.O ministro afirmou que os
trabalhadores do SEF que não estão nas fronteiras vão transitar para
outros organismos em outubro deste ano.No
âmbito da extinção do SEF, as funções administrativas vão passar para a
AIMA e Instituto dos Registo e do Notariado (IRN), enquanto as
competências policiais vão para a Polícia de Segurança Pública, Guarda
Nacional Republicana e Polícia Judiciária.A
GNR ficará responsável por vigiar, fiscalizar e controlar as fronteiras
marítimas e terrestres, incluindo terminais de cruzeiro. A PSP
integrará as competências de vigiar, fiscalizar e controlar as
fronteiras aeroportuárias, enquanto a PJ fica com a competência
reservada na investigação da imigração ilegal e tráfico de pessoas.A AIMA vai integrar também o Alto comissariado para as Migrações em matéria de acolhimento e integração.O
ministro considerou que “foi dado um passo muito relevante” com a
promulgação dos diplomas, frisando que “foi o concluir com sucesso o
processo de reestruturação do SEF”, iniciado em 2021.Segundo
José Luís Carneiro, os diplomas garantem a concretização de dois
objetivos, nomeadamente “que os padrões de segurança do país tenham
ganho de eficiência e de eficácia” e “a salvaguarda dos direitos dos
trabalhadores”. “Haverá um período de
transição. Sabemos bem que os trabalhadores queriam processos mais
céleres, mas evidentemente que a celeridade nem sempre dá as garantias
necessárias quando falamos em matéria de segurança interna”, sustentou,
dando conta que esta reestruturação “prepara o país para desafios que
são cada vez mais complexos do ponto de vista da gestão integrada,
segura e regulada dos fluxos migratórios e na gestão segura e regulada
das fronteiras”. Numa nota publicada no
sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de
Sousa afirma que optou pela promulgação destes diplomas "não obstante
as dificuldades que a Agência irá ter para gerir – nesta fase inicial –
os processos de autorização de residência atualmente pendentes"."Mas
procurando a continuidade a um processo já muito longo, com graves
prejuízos para a imagem externa do país e para o acolhimento dos que nos
procuram, o Presidente da República promulgou os diplomas do Governo”,
acrescentou o chefe de Estado.Questionado
sobre estes comentários, José Luís Carneiro afirmou esta imagem foi
acumulando-se ao longo dos últimos anos, nomeadamente com as
dificuldades de agendamento e marcações, sendo esta uma “demonstração
que era necessário” a reestruturação do SEF.