Sérvia observa que não haverá aproximação à UE se não sancionar a Rússia
25 de out. de 2022, 15:59
— Lusa/AO Online
A Sérvia condenou a
invasão da Ucrânia pela Rússia, mas até agora recusou-se a aplicar
sanções e até denunciou a pressão da União Europeia (UE) para o fazer.Num
discurso perante o Parlamento, Brnabic, que inicia quarta-feira o
terceiro mandato no cargo, afirmou que os progressos em direção à UE já
não dependem tanto da aprovação de reformas que aproximem a Sérvia das
normas políticas e económicas da EU.Agora,
declarou, depende de o país decidir sancionar a Rússia e normalizar as
relações no Kosovo, província que se tornou independente em 2008 e cuja
soberania Belgrado ainda não reconhece."Ouvimos
há muito tempo que o Estado de direito é importante, mas agora vemos
que depende se nos alinhamos com a política externa e de segurança, ou
seja, com a imposição de sanções", afirmou Brnabic.A
chefe do governo considerou "cínica" a condição imposta de melhoria da
relação com o Kosovo e assegurou que as autoridades daquele país se
recusam a conceder qualquer tipo de autonomia aos sérvios que continuam a
lá viver.A soberania do Kosovo foi
reconhecida pela maioria dos parceiros da UE e pelos EUA, mas não pela
Rússia, China, Índia ou Espanha.Brnabic
apelou ao "respeito pela integridade territorial" da Sérvia, tal como o
de outros países, e insistiu que a Sérvia tem "plena autonomia" para
tomar decisões de acordo com os seus próprios interesses.
O novo governo de Brnabic foi apresentado quase sete meses após as
eleições de 3 de abril, ganhas pelo Partido Progressista Sérvio (SNS) do
Presidente Aleksandar Vucic, que forma Governo em coligação com o
Partido Socialista da Sérvia(SPS).