Senadores alinhados com Bolsonaro pedem à PGR que investigue possível fraude
Brasil/Eleições
11 de nov. de 2022, 16:10
— Lusa/AO Online
O pedido baseia-se
num relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrónicas
utilizadas no Brasil desde 1996, que nunca foram objeto de alegações de
fraude, mas, segundo Bolsonaro, são propícias à fraude e poderiam ter
ocorrido nas eleições de outubro.“Diante
de um processo eleitoral tão conturbado, diminuir possíveis dúvidas é um
dever do Estado”, disse Luis Carlos Heinze, um dos senadores que enviou a
representação junto à Procuradoria-Geral da República.Dias
antes este mesmo senador defendeu a abertura de processo de destituição
de Alexandre de Moraes, juiz do Supremo Tribunal Federal e presidente
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).Apesar
de não ter levantado indícios de fraude, o relatório das Forças Armadas
divulgado na quarta-feira levantou dúvidas em relação à fiabilidade do
sistema votação das presidenciais de 30 de outubro, numas eleições cujos
observadores internacionais e o Tribunal Eleitoral consideram que
cumpriram com os padrões internacionais.O Ministério da Defesa brasileiro veio esclarecer "que o acurado
trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema
eletrónico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a
possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas
eletrónicas e no processo eleitoral de 2022".A
pedido de Jair Bolsonaro, os militares participaram pela primeira vez
como observadores das eleições e do sistema de votação, que foi alvo de
uma campanha difamatória por parte do líder brasileiro nos meses que
antecederam as eleições, apesar de as urnas nunca terem sido objeto de
alegações de fraude.O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), por seu lado, já pôs fim à controvérsia e garantiu que
as eleições foram "limpas e transparentes" e decidiu que não existem
dúvidas sobre o processo, que foi endossado por todas as missões de
observadores independentes, tanto nacionais como internacionais.Bolsonaro,
dez dias após as eleições, ainda não reconheceu claramente a sua
derrota, embora o Governo tenha levado a cabo o processo de transição
com a equipa nomeada por Lula da Silva desde a semana passada.Com
100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva ganhou as eleições
presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos
votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava um novo mandato
de quatro anos.Lula da Silva assumirá
novamente a Presidência do Brasil a 01 de janeiro de 2023 para um
terceiro mandato, após ter governado o país entre 2003 e 2010.