Sem novo quadro orgânico do SNS "começam a rebentar peças do puzzle"
12 de out. de 2023, 11:50
— Lusa/AO Online
"O
tempo em política é fundamental. A melhor ideia do mundo com um ano e
meio de atraso passa a ser uma ideia menos boa", observou Marcelo Rebelo
de Sousa, em declarações aos jornalistas, à margem de uma iniciativa na
Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.Interrogado
se teme que Fernando Araújo se demita da Direção Executiva do SNS,
devido à demora na aprovação da respetiva regulamentação, o chefe de
Estado respondeu que "ele é uma pessoa muito determinada", que
"conseguiu dar a volta no Hospital de São João", no Porto, e que "é
muito efetivo" nos lugares por onde passa."Portanto,
é criarem-se as condições para poder ser efetivo e para a equipa
efetiva, como está agora a fazer, poder arrancar e ir resolvendo os
vários problemas, que são alguns antigos, o problema das horas é antigo,
outros mais recentes", apelou.Pouco
depois, o Presidente da República esteve com o ministro da Saúde, Manuel
Pizarro, na entrega do Prémio Maria José Nogueira Pinto, promovido pela
farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD), no Palácio Fronteira, em
Lisboa.No fim dessa cerimónia, nenhum dos dois falou aos jornalistas.Nas
declarações que prestou antes sobre o SNS, Marcelo Rebelo de Sousa
reiterou que espera "algum diálogo entre o ministério da Saúde e os
sindicatos, de um lado, e o Ministério da Saúde e a Ordem [dos Médicos],
do outro"."Vamos ver se no fim desta semana de reuniões, contactos, para a semana há mais razões de falar em diálogo", disse.No
entanto, de acordo com o chefe de Estado, paralelamente a esse processo
negocial subsiste "um problema de fundo", que é a falta de definição
legal do "novo esquema de gestão do SNS"."Falou-se
das maternidades, depois falou-se agora do pagamento das horas
extraordinárias. O que importaria é que o novo esquema de gestão do SNS
fosse posto de pé o mais rápido possível", defendeu."Um
ano e três ou quatro meses numa reforma é muito tempo, significa que a
mudança de um modelo de gestão para a outro modelo de gestão fica a meio
da ponte", referiu.Segundo Marcelo Rebelo
de Sousa, é preciso "que isso seja posto no terreno" para "se ter a
visão do conjunto, o puzzle completo - se não, começam a rebentar peças
do puzzle"."E eu tenho a esperança que se perceba isso", acrescentou.