Selecionadora lembra que Telma Monteiro é inigualável em medalhas
Europeus/Judo
18 de nov. de 2020, 09:12
— Lusa/AO Online
“Não precisamos de meter pressão à
Telma, tem um lote de medalhas que ninguém tem”, lembrou a selecionadora
Ana Hormigo, antes de analisar a equipa feminina que estará nos
Europeus de Judo.Telma Monteiro, medalha
de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016 e quatro vezes
vice-campeã mundial, não sabe o que é estar fora do pódio em Europeus,
degraus a que sobe desde os 18 anos.A
judoca acumula desde 2004 cinco medalhas de ouro, duas das quais ainda a
competir nos -52 kg e antes de subir para a categoria de peso seguinte
(-57 kg), uma de prata e sete de bronze, a última já em 2019, nos Jogos
Europeus em Minsk.Aos 34 anos, sem falhar
um ‘metal’ e com os Jogos Olímpicos de Tóquio2020 no horizonte, adiados
para 2021, Telma enfrenta mais dois Europeus: a partir de quinta-feira
em Praga, e em 2021, no que deve ser uma despedida desta prova, em casa,
em Lisboa.Em declarações à agência Lusa,
Ana Hormigo reconhece existir “um hábito” em trazer medalhas, de todo o
grupo, mas o que lhe agrada é ver que todas as judocas “estão focadas” e
“motivadas” para a prova.“Vão sempre
trabalhar para a medalha, mas é combate a combate, é muito
imprevisível”, assinalou a também antiga judoca, que foi medalha de
bronze nos Europeus de 2008, em Lisboa.Para
a competição em Praga, a selecionadora destaca a experiência, mas
também a juventude, num grupo de nove judocas em que entraram Raquel
Brito (-48 kg) e Joana Crisóstomo (-70 kg), medalhas de bronze e prata
nos recentes Europeus de juniores.“É uma
oportunidade para as atletas, que não tendo tanta pressão conseguem
pisar o território das seniores”, explicou a treinadora, com a chamada
das judocas mais jovens, em jeito de prémio pelos resultados alcançados
na Croácia, mas também face às lesões de Maria Siderot (-48 kg), Joana
Diogo (-52 kg) e Patrícia Sampaio (-78 kg).Neste
último caso, entra a veterana Yahima Ramirez, que na qualificação
olímpica está atrás de Patrícia Sampaio (12.ª) – operada a uma fratura
com luxação na perna direita e em recuperação -, mas à porta de um
apuramento.Um triunfo nos Europeus dá 700
pontos na qualificação, mas o facto de Praga quase ‘colar’ a Lisboa
(entre 30 de abril e 02 de maio de 2021), na antecâmara dos Jogos de
Tóquio, fará com que apenas conte a competição com melhor resultado.“Este
Europeu vai estar em paralelo com o de Lisboa e só vai contar um”,
assinalou Ana Hormigo, que se mostra otimista com o normal desenrolar do
apuramento, mesmo com a pandemia da covid-19, face às respostas que já
foram dadas na retoma da competição.Ana
Hormigo salienta não só as provas que decorreram em Portugal, com o
Nacional de seniores, o torneio internacional Kiyoshi Kobayashi e os
estágios consecutivos em Coimbra, que permitiram num ano atípico “manter
o espírito”, mas com o recente exemplo do Grand Slam de Budapeste (23 a
25 de outubro), de onde Portugal trouxe três medalhas de bronze.“A
federação internacional organizou o Grand Slam e mostrou que
conseguimos continuar com o apuramento, deu-nos a todos confiança para
continuarmos”, considerou Ana Hormigo, numa rotina que funcionou em
‘bolha’.Na competição foi necessário
apresentar testes negativos à covid-19, testar novamente, por duas
vezes, em Budapeste – embora em Praga apenas seja necessário à chegada
-, e não sair do hotel ou pavilhão.