Autor: Susete Rodrigues/AO Online
A manifestação partiu do Marquês de Pombal pelas 15h10 e chegou às 16h20 a São Bento, junto da residência oficial do primeiro ministro, António Costa, e, segundo as estimativas da polícia, estão entre seis a sete mil pessoas no protesto.
Durante o percurso, os manifestantes gritaram frases de ordem como “Agora que há excedente, que venha para a gente” e “Para a banca e capital há milhões, para os trabalhadores há tostões”, que se fizeram acompanhar por assobios, quando o protesto passou junto à sede do Partido Socialista, no Largo do Rato.
Esta é a primeira greve nacional da função pública desde que o atual Governo liderado por António Costa tomou posse, em outubro, e acontece a menos de uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), marcada para 06 de fevereiro.
O Governo apresentou uma proposta de aumentos salariais de 0,3% para a função pública e chegou a dar a negociação por encerrada, mas a responsável pela pasta, a ministra Alexandra Leitão, voltou entretanto a convocar as organizações sindicais para reabrir o processo negocial, uma reunião que está marcada para 10 de fevereiro, após a votação do OE2020.
A decisão não foi suficiente para travar a paralisação, com a ministra a declarar que "nunca foi propósito da marcação desta negociação com os sindicatos levá-los a desmarcar a greve" que, afirma, "é um direito integralmente respeitado".
A anterior greve nacional da função pública que juntou as federações sindicais do setor da CGTP e da UGT realizou-se no último ano da anterior legislatura do governo de António Costa, em 15 de fevereiro de 2019, contra a política salarial do executivo, e teve uma adesão superior a 80%, segundo os sindicatos.
Em 2019 não houve atualização
salarial geral, mas o Governo decidiu elevar a remuneração mínima do
Estado de 600 euros (equivalente ao valor do salário mínimo nacional
naquele ano) para 635,07 euros.