Autor: Rui Jorge Cabral
Numas eleições que levaram mais açorianos às urnas do que as regionais
de 2020, foram as duas ilhas mais populosas - São Miguel e Terceira - e a
‘décima ilha’ do Círculo de Compensação que decidiram o resultado a
favor da coligação liderada por José Manuel Bolieiro, mas sobretudo
ditaram o resultado do Chega, que colocou a força política liderada por
José Pacheco nos Açores na única rota possível para uma maioria
absoluta à direita na Região.
A coligação PSD/CDS/PPM conseguiu
mesmo em São Jorge ultrapassar os 50% da votação, no que acabaria por
ser o melhor resultado desta força política na Região, curiosamente numa
ilha onde o CDS tem grande influência e tinha a cabeça-de-lista. Um
exemplo de como o sistema eleitoral açoriano é cheio de especificidades
foi o da ilha Graciosa.
O PS que havia vencido há quatro anos, mas mesmo
sem perder muitos votos face a 2020, por pouco mais de 60 votos, viu a
coligação vencer nessa ilha, ‘ganhando-lhe’ um deputado que na
contabilidade do parlamento ‘valeu’ muito mais do que esses 60 votos.
Outra situação específica foi a do Corvo, onde o PS venceu, derrotando
um dos líderes da coligação, Paulo Estêvão, do PPM, que há quatro anos
concorreu sem o PSD e não conseguiu congregar em si o voto
social-democrata de 2020, que em parte ‘migrou’ para o PS. Contudo, o
resultado final foi o mesmo: um deputado para cada lado.