Autor: Lusa/AO
Costa e Silva considera que o acesso da Europa aos recursos energéticos é uma preocupação e que, em breve, o "Velho Continente" ficará refém da Rússia, se não diversificar as fontes de abastecimento.
A União Europeia (UE) importa do exterior 50 por cento da energia que consome e dentro de duas décadas, se nada fizer, vai importar do exterior 70 por cento da energia de que necessita.
O caso agrava-se quando essa dependência é estabelecida em relação à Rússia, um país que está a utilizar o petróleo e gás como arma geopolítica, afirmou.
A UE importa actualmente da Rússia 24 por cento das suas necessidades de gás, mas dentro de 20 anos, com o declínio da produção do Mar do Norte, passará a importar 75 por cento.
“Se a Europa persistir nesta via e não diversificar as suas fontes de abastecimento, dentro de duas a três décadas vai ficar refém da Rússia”, afirmou.
O problema, segundo António Costa Silva, é que a UE não sabe lidar com a Rússia e se se analisar o perfil de investimento de Moscovo percebe-se que os russos estão a tentar controlar a rede de ‘pipelines’ e a comprar activos no “downstream” em vários países europeus como a Alemanha, França, Reino Unido e Holanda.
A estratégia, segundo o especialista, é a Rússia dominar o sistema energético europeu.
“A Rússia deve ser um parceiro da União Europeia, mas isso só é possível se a Europa tiver outros parceiros e diversificar as suas fontes de abastecimento, o que não está a fazer por miopia política”, afirmou.
António Costa Silva defende que a Europa deve procurar aumentar o peso do Norte de África, da África Ocidental e da Bacia Atlântica enquanto fornecedores energéticos.
Considera ainda fulcral a vitalização de um eixo mediterrânico para potenciar as ligações com a Argélia, Líbia e o Egipto e um eixo atlântico para as ligações com a Nigéria, Guiné-Equatorial, Angola, Brasil e Venezuela.
“Se não se fizer isto é um erro que se pode pagar caro”, afirmou.
Face à quebra dos recursos do Mar do Norte, que é a principal região produtora da Europa, o especialista defende também a aliança da UE com a Noruega que tem recursos importantes no Árctico, actualmente a serem disputados pela Rússia quer alargar a sua fronteira para Ocidente de forma a apropriar-se desses recursos.
“A Europa não tem um pensamento geopolítico para lutar contra as intenções da Rússia”, afirmou.
O especialista defende também a criação de um mercado energético integrado e liberalizado a nível europeu.
“Este é um elemento chave da segurança energética europeia e por isso é necessário lutar contra os proteccionismos nacionais, nomeadamente da França e de Espanha”, afirmou.
O especialista afirma que a experiência mostra que um mercado aberto e competitivo limita o poder dos monopólios e cria novas alternativas para o abastecimento de energia, reduzindo a dependência de um fornecedor único.
A segurança do abastecimento e dos mercados de energia será o tema do Lisbon Energy Forum que terça-feira se realiza em Lisboa, numa organização conjunta da Fundação Mário Soares e da Galp Energia, que traz a Portugal os representantes de algumas das maiores empresas da índustria petrolífera a nível mundial.
A União Europeia (UE) importa do exterior 50 por cento da energia que consome e dentro de duas décadas, se nada fizer, vai importar do exterior 70 por cento da energia de que necessita.
O caso agrava-se quando essa dependência é estabelecida em relação à Rússia, um país que está a utilizar o petróleo e gás como arma geopolítica, afirmou.
A UE importa actualmente da Rússia 24 por cento das suas necessidades de gás, mas dentro de 20 anos, com o declínio da produção do Mar do Norte, passará a importar 75 por cento.
“Se a Europa persistir nesta via e não diversificar as suas fontes de abastecimento, dentro de duas a três décadas vai ficar refém da Rússia”, afirmou.
O problema, segundo António Costa Silva, é que a UE não sabe lidar com a Rússia e se se analisar o perfil de investimento de Moscovo percebe-se que os russos estão a tentar controlar a rede de ‘pipelines’ e a comprar activos no “downstream” em vários países europeus como a Alemanha, França, Reino Unido e Holanda.
A estratégia, segundo o especialista, é a Rússia dominar o sistema energético europeu.
“A Rússia deve ser um parceiro da União Europeia, mas isso só é possível se a Europa tiver outros parceiros e diversificar as suas fontes de abastecimento, o que não está a fazer por miopia política”, afirmou.
António Costa Silva defende que a Europa deve procurar aumentar o peso do Norte de África, da África Ocidental e da Bacia Atlântica enquanto fornecedores energéticos.
Considera ainda fulcral a vitalização de um eixo mediterrânico para potenciar as ligações com a Argélia, Líbia e o Egipto e um eixo atlântico para as ligações com a Nigéria, Guiné-Equatorial, Angola, Brasil e Venezuela.
“Se não se fizer isto é um erro que se pode pagar caro”, afirmou.
Face à quebra dos recursos do Mar do Norte, que é a principal região produtora da Europa, o especialista defende também a aliança da UE com a Noruega que tem recursos importantes no Árctico, actualmente a serem disputados pela Rússia quer alargar a sua fronteira para Ocidente de forma a apropriar-se desses recursos.
“A Europa não tem um pensamento geopolítico para lutar contra as intenções da Rússia”, afirmou.
O especialista defende também a criação de um mercado energético integrado e liberalizado a nível europeu.
“Este é um elemento chave da segurança energética europeia e por isso é necessário lutar contra os proteccionismos nacionais, nomeadamente da França e de Espanha”, afirmou.
O especialista afirma que a experiência mostra que um mercado aberto e competitivo limita o poder dos monopólios e cria novas alternativas para o abastecimento de energia, reduzindo a dependência de um fornecedor único.
A segurança do abastecimento e dos mercados de energia será o tema do Lisbon Energy Forum que terça-feira se realiza em Lisboa, numa organização conjunta da Fundação Mário Soares e da Galp Energia, que traz a Portugal os representantes de algumas das maiores empresas da índustria petrolífera a nível mundial.