SEF tem 86 novos inspetores desde hoje a fiscalizar os aeroportos portugueses
13 de dez. de 2021, 18:27
— Lusa/AO Online
Os restantes inspetores vão para os aeroportos de Faro (16), Porto (15) e Madeira (3).
“É um excelente reforço para as necessidades do SEF em termos da sua
missão”, disse à agência Lusa o diretor nacional do SEF, Luís Botelho Miguel,
no final da cerimónia de entrega simbólica dos distintivos e galões aos
inspetores que iniciaram funções no aeroporto de Lisboa.Botelho
Miguel sublinhou que o reforço destes 86 novos inspetores surge na
sequência de uma outra incorporação que ocorreu em 2020 e que permitiu a
entrada de 100 elementos.Atualmente o SEF
conta com 1000 inspetores e o diretor considerou que neste serviço de
segurança “não há carência de inspetores”, mas sim uma necessidade de
“reforçar os quadros porque os mais velhos têm naturalmente o direito”
em se reformar.O SEF está num processo de
reestruturação, tendo sido adiada para maio de 2022 a extinção prevista
para janeiro devido à pandemia de Covid-19.No
âmbito da extinção do serviço, as atuais atribuições em matéria
administrativa do SEF relativamente a cidadãos estrangeiros passam a ser
exercidas pela Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (APMA), que
o Governo terá de criar, e pelo Instituto dos Registos e do Notariado
(IRN), além de terem que ser transferidas as competências policiais para
a PSP, GNR e Polícia Judiciária.Questionado
sobre a entrada destes novos inspetores para um serviço que vai ser
extinto, Botelho Miguel respondeu que “isso é um sofisma, porque a
missão deles terá de ser feita no SEF ou em uma outra qualquer força de
segurança”. “Ao escolherem o SEF,
escolheram servir o país com estas responsabilidades, estejam elas
atribuídas ao SEF ou a outras forças. Gostam de fazer aquilo para qual
concorrerem. Estarão bem ou aqui ou em qualquer outra força de
segurança”, precisou.Sobre os inspetores
mais antigos e que agora vão ter de ser transferidos para outras forças
de segurança, nomeadamente a GNR que tem um cariz militar, o responsável
recordou que alguns deles vieram da Guarda Fiscal da GNR e agora
provavelmente vão voltar à GNR. “Este
movimento já está na nossa matriz e é fácil, talvez as pessoas que não
pertençam este tipo de organização seja mais difícil compreender”,
disse, frisando que na GNR há também guardas-florestais e são elementos
civis com direito à greve.Botelho Miguel sustentou que “o direito à greve existe no seio de uma força militar que é a GNR”.O
diretor nacional do SEF discordou que esteja a existir um aumento de
inspetores a candidatar-se à agência europeia de controlo de fronteiras
Frontex para evitar a transferência para a PSP, GNR e PJ, dando conta de
que os elementos desta força de segurança já têm vindo a concorrer nos
últimos anos. “É natural sempre que haja
vagas porque é aliciante trabalhar numa guarda de fronteira europeia, é
natural que haja sempre muitos concorrentes. Neste momento já há muitos
inspetores portugueses que estão a exercer funções no quadro da Frontex.
Passado três anos terão de regressar e ser substituídos, estes que
estão a concorrer é para esses lugares, é uma rotação natural”,
explicou.Questionado sobre o adiamento da
extinção do SEF por mais seis meses, Botelho Miguel afirmou que foi
“nomeado para cumprir uma missão”, não tendo de “comentar ou criticar
esses adiamentos”.Recentemente o SEF tem sido alvo sobre várias notícias, nomeadamente sobre a gestão financeira e fundos.“Temos
de saber lidar. Temos de passar tranquilidade a todas as pessoas que
trabalham no SEF para que esta transição se faça com a máxima das
tranquilidades e sem grandes revoluções”, sustentou, dando ainda conta
que, em 2021, este serviço de segurança esteve a fiscalizar as
fronteiras terrestres, dirigiu várias reuniões durante a presidência
portuguesa da União Europeia e está nas fronteiras áreas e marítimas.