SEF sinalizou 32 vítimas de tráfico de seres humanos em 2022
23 de jun. de 2023, 11:15
— Lusa/AO Online
O
Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), com dados de 2022,
indica que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sinalizou 32
vítimas associadas ao crime de tráfico de pessoas, menos 22 do que em
2021, constituindo as nacionalidades mais relevantes a colombiana (7),
brasileira (5), guineense e a moldava (4), a timorense e a ucraniana
(3).O SEF destaca que, pela primeira vez,
foram sinalizadas vítimas de nacionalidade timorense, bem como foram
referenciados suspeitos desta nacionalidade no processo de tráfico
dessas potenciais vítimas.De acordo com o
relatório, “verifica-se em 2022 que o crime de tráfico de pessoas
relacionado com a exploração laboral destacou-se de forma significativa
de todas as outras vertentes de exploração, não só no registo de novas
investigações desencadeadas pelo SEF, mas também em todos os outros
remetidos pelo Ministério Público”.Além
das 26 vítimas de tráfico de seres humanos sinalizadas para exploração
laboral, o SEF identificou ainda no ano passado três para exploração
sexual.O Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras registou também no ano passado 23 crimes de tráfico de seres
humanos, no total de 918 crimes associados aos fenómenos migratórios,
sendo a falsificação de documentos (625) e o auxílio à imigração ilegal
(101) os mais expressivos.O relatório dá
igualmente conta de que o SEF registou um aumento na deteção de fraude
documental de 126,9% face a 2021, totalizando 910 documentos de
identidade, viagem e residência fraudulentos.O
passaporte foi o documento mais utilizado de forma fraudulenta em 2022
e, a maioria, foi detetada à saída do país nos postos de fronteira
aérea, com destaque para o aeroporto de Lisboa.O
RIFA destaca ainda a tendência de crescimento (+198,2 %) no controlo de
passageiros em fronteiras aéreas e marítimas no ano passado, num total
de 19.485.606 pessoas, bem como no número de voos controlados (+63,6%).O
SEF precisa que o número de passageiros controlados em fronteiras
aéreas aumentou 198% no ano passado, totalizando 16.976.524 passageiros,
bem como nas fronteiras marítimas, onde foram controladas 2.509.082
pessoas (+200%). Aquele organismo
justifica este “crescimento acentuado” com a retoma do crescimento dos
movimentos nas fronteiras, muito por força do turismo, e com o facto de
2021 ter sido marcado ainda pela pandemia covid-19.No
ano passado também subiu para 52,1% o número de recusas de entrada em
Portugal a estrangeiros que não reuniam as condições legalmente
previstas para a sua admissão no país, incidindo a maioria (72%) sobre
cidadãos nacionais do Brasil (1.262).De
acordo com o RIFA, a totalidade das recusas de entrada em Portugal
ocorreu em postos de fronteira aérea, destacando-se o aeroporto de
Lisboa com 1.487 recusas de entrada (85% do total).