SEF justifica atraso do botão de pânico nas instalações no aeroporto com pandemia
17 de dez. de 2021, 18:42
— Lusa/AO Online
O
EECIT Lisboa reabriu em agosto de 2020 depois de ter sofrido obras de
reestruturação e introduzidas alterações de funcionamento, como o botão
de pânico, mas este instrumento ainda não foi instalado.Numa
resposta enviada à Lusa, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)
explica que contratou uma empresa para concluir os projetos de
intervenção no EECIT do aeroporto de Lisboa, na sequência da intervenção
realizada em 2020, bem como para “suprimir as desconformidades
previamente sinalizadas e cumprir com a legislação em vigor”.Segundo
o SEF, a implementação do SCE (Sistema de Chamada de Emergência) faz
parte dos projetos encomendados e está prevista a sua instalação nesta
intervenção.“A
empresa contratada, após várias revisões e correções aos projetos
apresentados, entregou no passado mês de novembro as versões finais dos
projetos, os quais foram, de imediato, remetidos à concessionária do
aeroporto, para análise e pronúncia, estando o SEF a aguardar, assim, a
pronúncia da concessionária aeroportuária sobre os projetos de
intervenção para, posteriormente, lançar os respetivos procedimentos de
contratação e avançar para a respetiva execução”, precisa o SEF.Aquele
serviço de segurança acrescenta que a “pandemia tem impedido o normal
cumprimento dos prazos estipulados, bem como a necessidade de cumprir
com todos os procedimentos legais exigidos nestes processos de
contratação”.Numa
nota a enviada à agência Lusa, a Ordem dos Advogados (AO) sublinha que
“sempre teve as maiores dúvidas quanto à instalação do botão de pânico
no SEF”, considerando que “pode transmitir a imagem de que os cidadãos
estrangeiros colocados nos centros de detenção se encontram em perigo
quando estão à guarda do Estado, que tem a responsabilidade de assegurar
a sua plena segurança”. “No
entanto, a partir do momento em que a decisão foi tomada, é
incompreensível a demora na instalação de um equipamento que se obtém
com facilidade em qualquer empresa de segurança”, frisa a Ordem dos
Advogados. Para
a AO, esta demora pode contribuir para “aumentar os receios de que haja
uma situação de insegurança no SEF e que nada esteja a ser feito para a
resolver”.Sobre
as escalas organizadas para assistência jurídica às pessoas a quem seja
recusada a entrada, a Ordem dos Advogados “faz um balanço positivo”,
mas lamenta que “a assistência jurídica apenas seja concedida após a
recusa de entrada”, devendo ser “concedida antes, caso a pessoa que está
a ser interrogada no aeroporto assim o solicite”.Desde
novembro do ano passado que o Estado garante assistência jurídica aos
cidadãos estrangeiros cuja entrada em território nacional tenha sido
recusada nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada
através de um protocolo com a Ordem dos Advogados.As
instalações do SEF no aeroporto de Lisboa foram encerradas e
reformuladas após a morte de um cidadão ucraniano neste espaço em março
de 2020, pela qual três inspetores foram condenados.