SEDES defende modelo “robusto e sustentável” de mobilidade aérea nos Açores
Hoje 16:58
— Lusa/AO Online
A
associação referiu, em comunicado enviado à agência Lusa, que “a
mobilidade aérea da Região Autónoma dos Açores atravessa um momento de
elevada vulnerabilidade, resultado da combinação de três fatores: a
saída anunciada da Ryanair, a indefinição quanto ao futuro da Azores
Airlines e a incerteza criada pela privatização da TAP, cuja estratégia
futura dependerá dos interesses dos novos acionistas”.Para
o presidente da SEDES/Açores, Vítor Fraga, “a mobilidade aérea é um dos
pilares estruturantes da autonomia e o principal garante da coesão
territorial”, pelo que “não pode depender de incertezas sucessivas ou de
variáveis externas que a região não controla”.A
associação defende ser urgente avançar para “um modelo estável,
previsível e tecnicamente fundamentado de acessibilidade aérea”.Considera
também importante a “clarificação do papel e futuro da Azores Airlines”
(companhia aérea do grupo SATA que está em fase de privatização) e a
definição da presença da TAP na região após a privatização.Por
outro lado, defende a realização de uma avaliação técnica independente
“sobre cenários operacionais e impactos económicos” e “uma abordagem
despolitizada, centrada no interesse de médio prazo dos açorianos”.A
SEDES/Açores “está totalmente disponível para contribuir com análise
independente, rigor técnico e visão estratégica para soluções que
garantam aos açorianos uma mobilidade aérea estável, justa e
sustentável”, segundo o seu presidente.Na
nota, a associação refere que a apresentação, esta semana, da proposta
do consórcio Atlantic Connect Group para aquisição de 85% da Azores
Airlines “representa um desenvolvimento relevante, mas o processo
encontra-se longe da sua conclusão”.“O
futuro da companhia depende da avaliação técnica do júri, das condições
associadas à reestruturação aprovada pela Comissão Europeia e da
capacidade de execução de um plano sustentável a médio prazo”,
acrescenta.A SEDES/Açores recorda, ainda,
que a privatização da companhia aérea açoriana Azores Airlines “resulta
das obrigações europeias e que a operação da TAP, após privatização,
poderá ser reconfigurada em função dos interesses dos novos acionistas”.Por
outro lado, reforça que os custos da mobilidade territorial entre os
Açores e o continente português “competem à República, no quadro
constitucional da continuidade territorial e da igualdade material entre
cidadãos portugueses”.“À região cabe
colaborar na definição do modelo, definir prioridades, negociar
mecanismos de serviço público e coordenar políticas setoriais, mas não
assumir encargos permanentes que derivam de um direito constitucional
dos açorianos”, justifica.O presidente da
associação nos Açores, Vítor Fraga, considera que “o contributo da
região deve centrar-se no planeamento, regulação e coordenação do
sistema, assegurando que o modelo responde às necessidades dos
açorianos” e que a responsabilidade do financiamento territorial cabe ao
Estado.